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Reabilitação cresce para fora do Centro de Lisboa, onde já restam poucos edifícios para intervir
idealista/news

O “boom” da reabilitação urbana veio para ficar em Lisboa. Uma tendência que se tem verificado nos últimos anos, mas que deverá abrandar, já que começam a ser poucos os edifícios por reabilitar para venda no centro histórico da capital, prevendo-se que se acentue a expansão da promoção para outras zonas da cidade e que comecem a ser construídos mais projetos de raiz e com maior dimensão. No que diz respeito ao valor das rendas, disparou 23% em 2016 face ao ano anterior.

Está é uma das conclusões do estudo “Lisbon Residential Brick Index”, da consultora imobiliária CBRE. Segundo o mesmo, estão atualmente em construção mais de 180 edifícios, sendo que a maioria são projetos de reabilitação (versus construção de raiz). “Cerca de 100 deverão ficar concluídos até ao final de 2017, registando um aumento de 89% face ao ano passado e colocando no mercado mais de 1.000 novas frações”, conclui o documento.

De acordo com o estudo, a zona que concentra o maior número de edifícios em construção é a da Baixa e Castelo, ultrapassando o Chiado, Bairro Alto e São Paulo, com cerca de 40 projetos em curso. “Acentuou-se igualmente a construção nas Avenidas Novas, Campo de Ourique, Estrela e Lapa, assim como Liberdade e Príncipe Real”, refere a CBRE, estimando que foram concluídos cerca de 53 edifícios de habitação na capital, mais 13 que em 2015.

Do total de edifícios em construção, apenas cerca de 66 estão a ser comercializados, mais 25 (aproximadamente) que em 2015, colocando no mercado mais de 1.200 fogos. Mas do total de fogos concluídos em 2016 que foram alvo de comercialização ativa apenas 5% estão ainda disponíveis para venda, o que confirma que a procura é muito elevada.

“À semelhança do verificado no ano anterior, o número de apartamentos de dimensões reduzidas, isto é, estúdios, T1 ou T2, continua a representar 65% da atual oferta em comercialização, confirmando o claro posicionamento para o investimento no mercado de arrendamento de curta duração, resultante do ‘boom’ turístico a que se tem assistido na cidade”, disse Francisco Sottomayor, diretor de Promoção da CBRE.

Reabilitação cresce para fora do Centro de Lisboa, onde já restam poucos edifícios para intervir
CBRE

Preço das casas em construção sobe 7% num ano

Segundo o estudo da consultora, há atualmente apenas sete empreendimentos em construção e em comercialização com mais de 30 apartamentos. No que diz respeito ao preço médio dos fogos em construção e comercialização, é de 5.960 euros por m2, um valor 7% superior ao registado em 2015.

“A zona com o valor médio mais elevado é o Chiado, Bairro Alto e São Paulo, seguida da Avenida da Liberdade e Príncipe Real, com preços de 6.700 euros por m2 e 6.620 euros por m2, respetivamente. Pelo contrário, o Lumiar e Alta de Lisboa regista o menor valor com cerca de 4.100 euros por m2, situando-se 31% abaixo do valor médio de mercado”, lê-se no documento.

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Arrendar casa em Lisboa está 23% mais caro

Relativamente ao mercado de arrendamento em Lisboa, disparou 23% em 2016 face ao período homólogo. “O valor médio dos arrendamentos contratados na cidade de Lisboa em 2016 foi de 830 euros mensais (10,6 euros por m2 por mês), revelando um acréscimo de 23% face ao período homólogo. Nos imóveis novos, este valor ascendeu a 1.070 euros mensais (13,8 euros por m2 por mês)”, conclui a consultora.

De referir que as zonas mais caras são o Parque das Nações, com valores médios mensais de 1.080 euros (11,9 euros por m2), e as Avenidas Novas, com rendas na ordem dos 998 euros mensais (11,8 euros por m2).

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