
falências atrás de falências. o sector da construção está a atravessar um momento bastante delicado. ao longo do ano, foram várias as vozes que se levantaram para criticar o estado do sector, que está estagnado. muitas empresas não resistem à crise e outras tem de se virar para outros mercados para conseguirem sobreviver. em abril, a construção e o imobiliário representavam mais de 20% das insolvências (1.377 casos). um número, no entanto, que aumentou com o passar dos meses: de outubro do ano passado a outubro deste ano fecharam 1.200 empresas do sector…
se em maio surgiu a informação de que 900 construtoras tinham ido à falência em 2010, os números ganharam outra proporção com o passar do tempo: em julho, já tinham pedido insolvência 422 empresas, o que dá, sensivelmente, uma média de três falências por dia
a consequência está à vista: milhares de postos de trabalho são perdidos e aumenta o desemprego. em outubro, as maiores construtoras portuguesas já tinham despedido cerca de 4.000 pessoas em dois anos. no mesmo mês ficou a saber-se que seis mil construtoras desapareceram no último ano
e nem a aprovação, em conselho de ministros, em março, de um decreto-lei que simplifica o acesso e exercício das actividades de construção, mediação e angariação imobiliária – entre as novas medidas está a redução dos prazos dos pedidos de alvará – parece ter tornado o sector mais aliciante. o mesmo aconteceu, em junho, com a alteração na nova lei que regula alvarás, com a diminuição de exigências para uma construtora que pretenda subir de alvará. na prática, deixa de ser exigida a “experiência na execução das obras realizadas para esse efeito” e eliminou-se “o regime probatório”
por tudo isto, não é de admirar que as casas novas demorem cada vez mais tempo a ser vendidas. com o “boom” da construção foram construídos muitos imóveis, mas as construtoras estão a sentir cada vez mais dificuldades para vender as habitações. em novembro, por exemplo, um estudo concluiu que as casas novas em lisboa podem custar mais de 500 mil euros e demoram cerca de quatro anos a serem vendidas. ainda assim, e como consequência da crise, tinham sido emitidas, em setembro, menos 10,4% de licenças que no mesmo período (segundo trimestre) do ano passado.
igualmente curioso é o facto de portugal ter visto nascer uma casa de seis em seis minutos nos últimos 20 anos. um investigador, que participou no estudo "análise das relações da política de solos com o sistema económico", conhecido em março, concluiu que portugal tem uma bola imobiliária e que até 2050 deve haver uma queda de 85% no preço da habitação
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