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O negócio imobiliário está em alta, com a compra e venda de casas a disparar nos últimos tempos – e os preços dos imóveis também. Para João Pedro Pereira, diretor de marketing e tecnologia da ERA e membro da comissão executiva da mediadora, esta é uma boa altura para comprar casa, “desde que se saiba ser bem aconselhado”. Em entrevista ao idealista/news, o responsável diz que o imobiliário é uma “solução credível para investir poupanças” e que muitas pessoas já optam por aplicá-las no setor em vez de mantê-las no banco.

2017 está a ser um bom ano para a ERA? 

O balanço que fazemos é muito positivo, sobretudo em quatro vertentes. Estamos a crescer muito a nossa presença no terreno, com mais lojas: é uma parte fundamental no nosso negócio. A presença física e de proximidade bairro a bairro e cidade a cidade é fundamental para compreendermos o negócio e prestarmos um bom serviço ao cliente. Estamos a crescer em número de agências e também de pessoas. A melhoria de serviços traduziu-se num aumento da faturação, que ronda os 25% em relação ao ano anterior.

"Estamos a crescer em número de agências e também de pessoas. A melhoria de serviços traduziu-se num aumento da faturação, que ronda os 25% em relação ao ano anterior"

A ERA entrou num ciclo de crescimento há quatro/cinco anos, que começou numa altura em que a economia ainda não estava a crescer, e começámos a colocar as prioridades no crescimento no terreno, no número de equipas e de pessoas e na melhoria do serviço que prestávamos, para que cada cliente tivesse um agente ERA disponível full time para o ajudar a comprar ou vender casa. Foi uma estratégia muito boa porque permitiu que aumentássemos quota de mercado e ter um crescimento de dois dígitos todos os anos nos últimos cinco anos. 

As perspetivas de futuro são animadoras?

Perspetivo que vai ser um ano bom para o setor imobiliário e para a ERA, que fez grandes investimentos em tecnologia nos últimos anos que estão agora a dar frutos. Temos todos os agentes, são cerca de 2.500, ligados com uma aplicação mobile, com um CRM próprio desenhado especificamente para a ERA e para o nosso sistema de trabalho, com uma ligação aos clientes em tempo real. Lançámos recentemente um chatbot para a nossa página de Facebook que está ligado com o nosso CRM e, portanto, dá informações em tempo real aos clientes sobre os imóveis que temos à venda. Todo este trabalho tem-se traduzido em bons resultados, um deles é o número de visitas no nosso site: estamos com uma média acima de um milhão de visitantes por mês, o que tem sido um gerador de muito negócio. 

"Temos todos os agentes, são cerca de 2.500, ligados com uma aplicação mobile, com um CRM próprio desenhado especificamente para a ERA e para o nosso sistema de trabalho, com uma ligação aos clientes em tempo real"

Que peso tem o arrendamento no negócio da ERA?

O core business da ERA, o nosso negócio principal, é a compra e venda de imóveis residenciais no mercado “mass market”, falamos de pessoas, famílias que queiram comprar ou vender casa. Esta é a maior fatia do nosso negócio. Existem outros negócios periféricos, que também fazemos porque os clientes pedem, e um deles é o mercado de arrendamento. Temos cerca de 6.000/7.000 casas para arrendar, mas é um número pequeno se o compararmos com as 65.000 casas que temos à venda. O arrendamento tem crescido e tem tido muita procura, mas aquilo em que somos especialistas é na compra e venda de imóveis. 

É uma boa altura para comprar casa?

Diria que sim, desde que se saiba ser bem aconselhado. Existem muito boas oportunidades no mercado para comprar casa, mas também existem muito maus negócios. O nosso trabalho é encontrar as melhores oportunidades para os clientes e aconselhá-los, para que façam um bom negócio.

Há muitos estrangeiros a procurar os serviços da ERA?

A maior parte dos clientes são portugueses. Apesar dos estrangeiros terem crescido muito nos últimos anos não nos podemos confundir, o grosso do mercado, a maior parte dos clientes, são portugueses. Talvez tenhamos 10%, 15% de estrangeiros.

O facto dos bancos estarem mais disponíveis para financiar a compra de casa ajuda o negócio da mediação imobiliária?

Há vários fatores que estão a ajudar o negócio a crescer. O primeiro é o aumento da confiança: as pessoas voltaram a ter confiança no mercado, na Economia, e estão dispostas a fazer um investimento a longo prazo. 

O segundo fator de crescimento é de facto os bancos estarem mais disponíveis para financiar a compra de casa. Não estão tão disponíveis como há uns anos, estão muito mais exigentes, mas já estão mais abertos a emprestar.

O terceiro fator é que muitos investidores começaram a olhar novamente para o imobiliário como um destino para as suas poupanças e para diversificar investimentos. Hoje o imobiliário é uma solução credível para investir poupanças de médio/longo prazo. Seja para arrendar, seja para remodelar e voltar a vender… muitas famílias com poupanças preferem não tê-las todas no banco e fazer um pequeno investimento imobiliário.

"A casa é a compra mais cara da nossa vida. Nunca gastamos tanto dinheiro de uma só vez. Portanto há que ter a certeza que não vamos cometer erros"

Há ainda outro fator de crescimento que se vai tornar importante nos próximos anos, que é o facto do mercado se estar a internacionalizar. Constatamos que o peso dos estrangeiros que compram casa em Portugal está a aumentar: começou sobretudo nas zonas de Lisboa, Porto e Algarve, mas está a alastrar-se para o resto do país, e aí pode começar a ter um peso importante no setor.

Que conselhos dá a quem está a pensar comprar casa?

A casa é a compra mais cara da nossa vida. Nunca gastamos tanto dinheiro de uma só vez. Portanto há que ter a certeza que não vamos cometer erros. Em primeiro lugar, a pessoa deve aconselhar-se junto de especialistas, junto de pessoas que estão habituadas a comprar e vender casa todos os dias, que têm experiência e sabem identificar os principais erros a não cometer, bem como as oportunidades de negócio.

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