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Problema da falta de espaços de escritórios em Lisboa “está longe de ser solucionado”
Vitor Pinto/Unsplash

A escassez de espaços disponíveis para arrendamento, quer em escritórios, quer em armazéns, é cada vez mais acentuada em Portugal, isto apesar da procura se manter “bastante robusta”, conclui a consultora imobiliária CBRE. Um cenário que é cada vez mais notório em Lisboa, e que se deverá manter nos próximos tempos. 

Para Cristina Arouca, diretora de Research da CBRE, na capital, “o problema da falta de espaços de escritórios está longe de ser solucionado e tenderá a agravar-se nos próximos dois anos, sendo que atualmente a taxa de disponibilidade de mercado é inferior a 6% e a mais baixa de sempre”.

"Não só não se prevê um aumento expressivo da oferta, uma vez que projetos de dimensão não arrancam, como há efetivamente uma redução, ditada pela conversão de diversos edifícios de escritórios em habitação ou turismo"
Cristina Arouca, diretora de Research da CBRE

A responsável adianta, em comunicado, que “não só não se prevê um aumento expressivo da oferta, uma vez que projetos de dimensão não arrancam, como há efetivamente uma redução, ditada pela conversão de diversos edifícios de escritórios em habitação ou turismo”. 

Segundo a consultora, foram celebrados no primeiro semestre de 2019 contratos que perfazem uma ocupação de 100.000 metros quadrados (m2) em Lisboa, mais 16% que no período homólogo. Já no Porto foram ocupados cerca de 74.000 m2, prevendo-se que esta área ultrapasse o valor recorde de 82.000 m2, alcançado em 2018. 

A moda do co-working e das residências de estudantes

“Outra tendência que se mantém no setor dos escritórios é o aumento de espaços flexíveis (nomeadamente espaços de co-working), quer através da expansão de operadores já estabelecidos quer com a entrada de novos, como a alemã Unicorn”, que recentemente chegou a Portugal, revela a CBRE.  

Também na moda está o segmento das residências de estudantes de desenvolvimento particular, “cujo interesse por parte de investidores cresceu significativamente ao longo dos últimos dois anos e mantem-se muito ativo”, conclui a consultora, salientando que nos primeiros seis meses do ano “foram transacionados diversos terrenos” nas duas principais cidades nacionais. 

“Além dos operadores nacionais como a Smart Studios e a U. Hub em grande expansão, continuam a surgir novos investidores e operadores a apostar em Portugal. Às marcas pioneiras de operadoras internacionais como a Collegiate e a Milestone, juntaram-se recentemente a Odalys, a TSH e a Livensa, entre outras, a anunciar novos projetos em Lisboa e Porto”, lê-se no documento.

Investimento imobiliário pode chegar aos 3 mil milhões

De acordo com a CBRE, o mercado de investimento em imobiliário em Portugal revelou-se bastante dinâmico entre janeiro e junho, estimando-se que o ritmo possa acelerar na segunda metade do ano e prevendo-se um aumento do investimento imobiliário na ordem dos 3 mil milhões de euros.

“O nível de investimento em 2018 rondou os 3,5 mil milhões de euros, sendo pouco provável que em 2019 se atinja novamente este recorde. Contudo, as projeções da CBRE são hoje mais altas que aquelas divulgadas no início do ano, apontando para o volume de investimento entre os 2.5 e os 3 mil milhões de euros, em contraponto de 2 a 2.5 mil milhões de euros previstos em janeiro de 2019. Se estas previsões se concretizarem, será o segundo ano de maior investimento imobiliário em Portugal e o quarto em que os valores superam os 2 mil milhões de euros”, assinalou Francisco Horta e Costa, diretor geral da CBRE.

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