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Reabilitação: António Costa acusa Governo de não aproveitar fundos comunitários
GTRES

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Costa, disse que Portugal corre o risco de “não aproveitar, por opção nacional”, a oportunidade que foi dada para efetuar investimentos ao nível de fundos comunitários. Segundo o responsável, que falava na sessão de abertura da conferência “Crescer com Energia – Cidades, Reabilitação Urbana e Crescimento Sustentável”, que reuniu ontem na capital autarcas de França, Suécia e Reino Unido, o Governo está a “renunciar à oportunidade de fazer o investimento que era necessário fazer”. 

Em causa está a distribuição dos fundos comunitários no seguimento do Acordo de Parceria assinado com a União Europeia, em áreas como a mobilidade urbana, através de financiamento de projetos, e a melhoria da eficiência energética, na habitação e na prevenção de risco sísmico, através da reabilitação urbana

De acordo com António Costa, que também é candidato do PS às próximas eleições legislativas, o aproveitamento dos referidos fundos comunitários é essencial para melhorar as cidades, a reabilitação urbana e a eficiência energética. O responsável aproveitou a ocasião para enaltecer a importância de se continuar a apostar na reabilitação urbana. Uma aposta que passa, por exemplo, por “intervenções em fachadas, vãos e escadas” e nas “estruturas dos próprios edifícios”. “A reabilitação urbana é algo que contribui para a melhoria da cidade e para a sua atratividade, para a qualidade de vida dos habitantes e para dinamizar o emprego, sobretudo num país onde a indústria da construção entrou em colapso há quatro anos e gerou milhares de desempregados”, disse.

132 milhões para a mobilidade e 200 para a eficiência energética

Durante o seu discurso, António Costa revelou que, relativamente à mobilidade urbana, foram atribuídos 132 milhões de euros para Portugal e apenas 30 milhões para a Área Metropolitana de Lisboa (AML).

No que diz respeito à eficiência energética, foram destinados 200 milhões de euros para o país e 30 milhões de euros para a AML. Já na prevenção do risco sísmico, foram destinados 7,2 milhões de euros para o conjunto do país, revelou o autarca.

Um quinto dos edifícios de Lisboa tem mais de 100 anos

O Vereador do Urbanismo da CML, Manuel Salgado, também presente no evento, aproveitou a ocasião para deixar alguns números/dados interessantes: um quinto dos edifícios de Lisboa foram construídos há mais de 100 anos; 77% tem mais de 40 anos; 43% necessitam de obras de profunda reabilitação; todos os dias entram em Lisboa mais pessoas do que aquelas que ali residem.

Manuel Salgado salientou, por isso, que é crucial continuar a investir na reabilitação e na mobilidade urbana. “Má mobilidade põe em causa a economia da própria cidade. Há que encontrar soluções inovadoras para os transportes públicos”, disse, acrescentando que “muita coisa vai mudar nos próximos anos com mudanças no estilo de vida”. 

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