Vistos gold: investimento estrangeiro estava a crescer 641% até rebentar a polémica

A entrada líquida de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) estava a crescer 641% antes de rebentar o escândalo dos vistos gold – foram detidos 11 pessoas e cinco ficaram em prisão preventiva. Num ano, entre setembro de 2013 e o mesmo mês desde ano, entraram na economia nacional, em termos líquidos, 5.891 milhões de euros em IDE, segundo dados do Banco de Portugal (BdP). Parte do valor reflete a entrada de verbas via vistos dourados, que o vice-primeiro-ministro calcula em mais de 1.100 milhões de euros desde que o regime foi criado, em 2012.
De acordo com o Diário de Notícias, que se apoia nos dados do BdP, o valor acumulado retido de janeiro a setembro de 2014 ia em 6.809 milhões de euros, quase oito vezes mais que no mesmo período do ano passado.
O regime dos vistos gold foi criado em agosto de 2012 pelo governo PSD/CDS, mas num despacho de janeiro de 2013 Paulo Portas e Miguel Macedo, ex-ministro da Administração Interna, deram mais facilidades aos investidores que pretendam requerer o estatuto, refere a publicação.
O dinheiro foi canalizado, sobretudo, para o setor imobiliário, sobretudo prédios e casas de luxo (adquiridas por pelo menos 500.000 euros).
Dos quase 1.775 vistos de investimento gold já concedidos entre outubro de 2012 e igual mês deste ano, 1.681 foram para aquisição de imóveis, 91 foram transferência de capitais e apenas três para criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.
Investimento estrangeiro estava a subir 641% até à crise dos vistos gold (Diário de Notícias)