Depois de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), ter dito que as três torres existentes no Bairro do Aleixo iriam ser “desmontadas” e não implodidas, a autarquia revelou, esta terça-feira (23 de abril de 2019) que já assinou os contratos para realojar todos os moradores do bairro. Até 7 ou 8 de maio as torres vão ser entregues ao fundo imobiliário criado para o demolir.
“Assinámos contratos com todas as pessoas com vista ao realojamento. Até 7 ou 8 de maio estaremos em condições de entregar as torres ao Fundo [Imobiliário, criado em 2009 com vista à demolição do bairro]. Todos os processos de 89 famílias foram tratados com o maior cuidado desde setembro do ano passado”, disse o vereador da Habitação, Fernando Paulo, na reunião pública camarária.
O Bairro do Aleixo era constituído por cinco torres, das quais restam apenas três, depois da torre 5 ter sido demolida em 2011 e da torre 4 em 2013, no âmbito do Fundo Imobiliário que ficará com os terrenos para construção.
Na referida sessão camarária, questionado pela CDU sobre casos de mobilidade reduzida, o vereador da Habitação explicou que uma das famílias aceitou mudar-se, “provisoriamente”, para uma casa num terceiro andar, tendo recusado um rés-do-chão por ficar localizado “noutra freguesia”. “Estamos a preparar uma casa adaptada à família, mas a reabilitação demora um mês ou dois. Provisoriamente, o senhor aceitou um terceiro andar”, esclareceu Fernando Paulo, citado pela Lusa.
O vereador do PS, Manuel Pizarro, deixou o “apelo” para que “as pessoas sejam tratadas com a maior humanidade possível”, visto que “estas mudanças são processos dolorosos”.
O que vai nascer no Bairro do Aleixo
Sobre o futuro dos terrenos do bairro, Manuel Pizarro defendeu estar em causa “um debate para fazer no futuro”. “O PS reconhece não haver condições para manter aquelas famílias mas continuaremos a defender que o Fundo Imobiliário do Aleixo está ultrapassado pelo passar dos anos. Devia ser encontrada alternativa, como a encontrada para o [bairro] Rainha D. Leonor, que provou servir”, acrescentou.
Em março, o fundo imobiliário criado em 2010 para gerir a operação de demolição do Bairro do Aleixo tinha entregado à CMP apenas dois dos cinco projetos de habitação social definidos como condição prévia para a reurbanização daqueles terrenos.
A reurbanização dos terrenos do Bairro do Aleixo prevê a construção, nos terrenos do bairro, de 7 blocos de habitação de luxo com quatro a cinco pisos, bem como de um edifício comercial de proximidade.
De recordar que foi há mais de quatro anos, em fevereiro de 2015, que a CMP anunciou que a Mota-Engil era o novo parceiro privado do fundo criado para demolir o bairro, assegurando uma injeção de dois milhões de euros necessários para fazer avançar o processo, que estava suspenso desde abril de 2014.
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