Os incentivos para atrair estrangeiros para o setor imobiliário poderão contribuir para a volatilidade de preços.
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Preço das casas vai abrandar em Portugal, mas a ritmo lento devido a taxas de juro e turismo, diz CE
Photo by Daniel Seßler on Unsplash

O preço das casas em Portugal registou um abrandamento no início deste ano. Ainda assim, e segundo a Comissão Europeia, a moderação deverá permanecer “lenta”, sobretudo devido às taxas de juro reduzidas e ao facto de muitas casas continuarem a ser canalizadas para o arrendamento de curta duração. Mas há mais um fator que pode baralhar as contas e causar instabilidade: a dependência da procura por não residentes.

No primeiro trimestre deste ano, o preço das casas registou uma subida de 9,2%, refletindo um ligeiro abrandamento face aos 9,3% observados no trimestre imediatamente anterior e à média anual de 10,3% em 2018. O número de vendas também registou um abrandamento, tanto nas regiões mais turísticas, como o Algarve, como nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.

“Depois de uma forte recuperação que começou em 2015, o ritmo de crescimento dos preços das casas continua elevado", refere o relatório da Comissão Europeia, citado pela Lusa, que assinala que aquele ritmo registou algum abrandamento no início deste ano, por comparação com 2018.

Diz o documento de acompanhamento da economia nacional após a intervenção da troika que o ajustamento de preços e travão nas vendas “aponta para uma moderação na procura que está com maior probabilidade relacionada com as perspetivas mais fracas para a economia global, afetando as expetativas de mercado quanto à procura turística e imobiliária por não-residentes”.

Bruxelas deixa avisos para a desaceleração da subida de preços, que apesar de tudo deverá continuar lenta, mas também para a dependência dos compradores estrangeiros. “Os preços do imobiliário podem também ser afetados por um possível enfraquecimento da procura pelos não residentes, resultante, por exemplo, de uma subida abrupta no prémio de risco”, refere ainda o documento, avisando que, “neste contexto, os incentivos existentes para atrair procura estrangeira para o setor imobiliário podem também contribuir para a volatilidade de preços”.

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