No segundo semestre de 2020, a renda mediana subiu 5,5% em termos homólogos, bem menos que no primeiro semestre (9,3%).
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As rendas da casa continuam a subir, mesmo em tempos de pandemia da Covid-19, mas a um ritmo mais lento que o observado nos últimos tempos. No segundo semestre de 2020 (últimos 12 meses), a renda mediana dos 79.878 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares celebrados atingiu 5,61 euros por metro quadrado (€/m2), mais 5,5% face ao período homólogo, revelou esta segunda-feira (29 de março de 2021) o Instituto Nacional de Estatística (INE), salientando que no primeiro semestre de 2020 tinha-se registado um crescimento homólogo de 9,3%. 

“À semelhança do semestre anterior, verificou-se um aumento no número de novos contratos celebrados relativamente ao mesmo período do ano anterior: +9,7% (+3,8% no semestre anterior)”, revelou o INE.

Segundo o instituto, o valor das rendas situou-se acima do valor nacional nas sub-regiões Área Metropolitana de Lisboa (8,57 €/m2), Algarve (6,63 €/m2), Área Metropolitana do Porto (6,12 €/m2) e Região Autónoma da Madeira e (5,99 €/m2).

Relativamente à celebração de novos contratos, um terço (26.461) aconteceu, à semelhança de semestres anteriores, na Área Metropolitana de Lisboa. “As áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto representaram, em conjunto, 50% do total de novos contratos do país e o Algarve 5,9%. O Baixo Alentejo apresentou o menor número de novos contratos de arrendamento (448)”, indica o INE.

Os municípios mais caros

São 34 os municípios onde o valor mediano das rendas é superior ao verificado a nível nacional (5,61 €/m2). Lisboa lidera a lista (11,46 €/m2), sendo seguida por Cascais (10,42 €/m2), Oeiras (10,01 €/m2), Amadora (8,76 €/m2) e Porto (8,70 €/m2). O top dez fica completo, por esta ordem, por Odivelas (8,26 €/m2), Almada (8,20 €/m2), Matosinhos (7,72 €/m2), Loures (7,58 €/m2) e Lagos (7,50 €/m2). 

  • Top 10 dos munícipios mais caros para arrendar casa

MunicípiosValor mediano (€) por m2 no 2º semestreNovos contratos de arrendamento
Portugal (mediana do país)5,6179.878
Lisboa11,467.968
Cascais10,422.119
Oeiras10,011.646
Amadora8,761.500
Porto8,73.700
Odivelas8,261.284
Almada8,21.475
Matosinhos7,721.516
Loures7,581.529
Lagos7,5317

“O padrão territorial das rendas por m2 de novos contratos de arrendamento destacava, com valores superiores ao do país, os municípios da Área Metropolitana de Lisboa (17 em 18 municípios), do Algarve (8 em 16) e da Área Metropolitana do Porto (5 em 17). Nas restantes NUTS III, assinalam-se, com rendas superiores ao valor nacional, os municípios do Funchal (6,72 €/m2) e Santa Cruz (5,70 €/m2), na Região Autónoma da Madeira, Aveiro (5,85 €/m2) e Coimbra (5,70 €/m2)”, indica o INE. 

De referir ainda que Lisboa foi o município que registou o maior número de contratos de arrendamento do país: 7.968 novos contratos celebrados nos últimos 12 meses, mais 18,6% que no período homólogo. Seguem-se na lista Porto (3.700), Sintra (2.822) e Vila Nova de Gaia (2619).

  • Top 10 dos municípios mais baratos para arrendar casa

MunicípiosValor mediano (€) por m2 no 2º semestreNovos contratos de arrendamento
Portugal (mediana do país)5,6179.878
Belmonte243
Macedo de Cavaleiros2,1697
Valpaços2,2763
Sátão2,2852
Castro Daire2,3835
Cinfães2,3956
Lamego2,41136
Calheta2,4944
Moimenta da Beira2,5535
Celorico de Basto2,5640

Rendas crescem (também) em termos trimestrais

Em termos trimestrais, no quarto trimestre de 2020 (últimos três meses), a renda mediana dos 22.029 novos contratos de arrendamento celebrados no país atingiu 5,77 €/m2. Trata-se de um aumento de 3,8% face ao período homólogo. Um valor, no entanto, abaixo da taxa de variação homóloga observada no terceiro trimestre (+5,2%). 

Destaque ainda para o facto de, nos últimos três meses do ano passado, o número de novos contratos de arrendamento ter aumentado 19,4% face ao mesmo período do ano anterior (+10,7% no trimestre anterior).

“No quarto trimestre de 2020, em 7 das 25 NUTS III, o valor mediano das rendas diminuiu face ao quarto trimestre de 2019, com reduções que oscilaram entre -4,7% (Região de Coimbra) e -0,4% (Região de Aveiro). Do conjunto das sub-regiões com valores medianos de rendas superiores ao nacional – Área Metropolitana de Lisboa, Algarve, Área Metropolitana do Porto e Região Autónoma da Madeira –, apenas a Região Autónoma da Madeira registou uma diminuição homóloga dos valores de arrendamento face ao período homólogo (-1,1%). O Alto Alentejo apresentou o maior aumento da renda mediana (+28,5%)”, lê-se no boletim divulgado pelo INE.

De referir ainda que nos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes todos os municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, com exceção, nesta última, de Santa Maria da Feira e Gondomar, registaram rendas medianas superiores à nacional, mas variações homólogas diferenciadas. 

“Destacam-se com valores de novos contratos de arrendamento mais elevados e com diminuição nos valores de rendas os municípios de Lisboa (-9,1%), Oeiras (-8,1%), Porto (-7,7%), Cascais (-3,7%) e Amadora (-2,7%). Em sentido inverso, com aumento dos valores de rendas, destacam-se Odivelas (+2,7%) e Almada (+0,6%). Além dos municípios das áreas metropolitanas, apenas o Funchal apresentou uma renda mediana superior à nacional (6,82 €/m2), tendo, porém, registado uma redução do seu valor (-3,5%)”, conclui o INE.

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