Programa define um conjunto de 47 ações que visam a promoção da resiliência sísmica da cidade de Lisboa, adianta a autarquia.
Comentários: 0
Lisboa à prova de sismos? Tudo sobre o Programa ReSist
Foto de Daniel Frese no Pexels

Vai com certeza haver outro de grande magnitude e violência”, dizia-nos, em março de 2016, João Appleton, um dos maiores especialistas portugueses em prevenção sísmica do património arquitetónico, monumental e habitacional. A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está atenta ao fenómeno, tendo criado recentemente, por exemplo, “o Programa ReSist, onde constam diversas medidas que visam a resiliência sísmica da cidade”, refere a autarquia. Explicamos tudo sobre esta iniciativa

Segundo a CML, o ReSist é um “programa municipal de promoção da resiliência sísmica do parque edificado, privado e municipal e infraestruturas urbanas municipais”. 

Na página criada pela autarquia na qual podem ser conhecidos os vários projetos de resiliência Urbana existentes, lê-se que o “ReSist define um conjunto de 47 ações que visam a promoção da resiliência sísmica da cidade de Lisboa”. O mesmo assenta nos seguintes objetivos estratégicos:

  • A normalização de standards técnicos e metodologias de avaliação da vulnerabilidade sísmica da cidade; 
  • O desenvolvimento de ações operacionais com vista a uma efetiva promoção da resiliência, concretizadas através de campanhas de inspeção, projetos e obras de reforço estrutural que incidam sobre o parque edificado e infraestruturas vulneráveis;
  • A realização de campanhas de sensibilização e divulgação para envolvimento da sociedade, com o objetivo de capacitar a população em geral;
  • O desenvolvimento de sistemas de gestão de informação que agilizem as tarefas de partilha de conhecimento e execução do programa entre as várias estruturas municipais;
  • A definição e implementação de critérios de alerta e priorização de intervenção que orientem a ação dos serviços municipais;
  • A definição de parcerias estratégicas a estabelecer com entidades externas para otimização das ações.

Lisboa à prova de sismos? Tudo sobre o Programa ReSist
Foto de Lisa no Pexels

A CML adianta ainda que, tendo em conta a importância do programa e a sua transversalidade, “constituiu uma equipa de projeto com a missão de monitorizar e implementar o Programa ReSist - Equipa de Projeto ReSist”. “Além dos seus membros permanentes, a Equipa de Projeto conta ainda com uma estrutura consultiva, composta por técnicos das várias orgânicas municipais com competência na matéria e com um conselho técnico científico”. Estas são as instituições que compõem o referido concelho técnico:

  • A2P – Estudos e Projetos;
  • Centro Europeu de Riscos Urbanos – CERU;
  • Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa – FCUL;
  • INOV;
  • Instituto Português do Mar e da Atmosfera - IPMA;
  • Instituto Superior Técnico – IST;
  • Instituto Tecnológico do Gás – ITG;
  • Laboratório Nacional de Energia e Geologia – LNEG;
  • Laboratório Nacional de Engenharia Civil – LNEC;
  • Ordem dos Engenheiros - OE;
  • Ordem dos Engenheiros Técnicos – OET;
  • Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica;
  • Sociedade Portuguesa de Geotecnia.

Lisboa à prova de sismos? Tudo sobre o Programa ReSist
Foto de Lennart Wittstock no Pexels

Segundo se lê no programa municipal - volume I, o “Programa ReSist resulta da necessidade de dar resposta aos vários programas e estratégias da cidade de Lisboa, no âmbito da promoção da resiliência sísmica da cidade”. 

“Resulta também do reconhecimento de que a intensa atividade de reabilitação de edifícios registada ao longo da última década permitiu melhorar o estado de conservação geral do edificado da cidade, bem como os níveis de conforto para a sua utilização, tendo ainda reduzido a vulnerabilidade ao risco de incêndio. No entanto, algumas das intervenções realizadas sem controlo prévio, ou outras realizadas ao abrigo de regime legal excecional, poderão não ter acautelado a necessidade de manter ou reforçar a resistência sísmica do edifício. Estes fatores associados à elevada vulnerabilidade e risco sísmico da cidade de Lisboa, fundamentam a necessidade de elaboração do programa”, é referido no documento.

Iniciativa contempla investimento público e privado

Em declarações ao Público Imobiliário, Cláudia Pinto, coordenadora do Programa, adiantou que se trata de uma iniciativa que contemplará investimento público e privado, sendo que o valor em causa ainda será aferido. “Mas pretende-se financiar o maior número de ações através do novo Quadro de Financiamento Plurianual 2021-2027”, referiu.

De acordo com a publicação, o arranque do programa será concretizado ainda este ano, com o lançamento de duas ações

  • A primeira visa a atualização da metodologia de avaliação da resistência sísmica à escala do edifício;
  • A segunda o desenvolvimento de uma aplicação móvel de apoio às campanhas de vistoria.

Depois, em 2022, “pretende-se iniciar as campanhas de inspeção, incidindo em primeiro lugar nos edifícios municipais e infraestruturas críticas”, revelou. “Estima-se que esta ação tenha uma duração de quatro anos e será em função dos resultados obtidos nesta fase que se definirá a priorização da intervenção no parque edificado”, concluiu.

A propósito deste tema, desafiamos-te a clicar neste link, onde encontrarás um conjunto de entrevistas que o idealista/news realizou em 2016. 

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta

Publicidade