Foram celebrados 9.065 novos contratos no primeiro semestre no concelho, 31% do total de toda a Área Metropolitana de Lisboa.
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Arrendamento em Lisboa
idealista/news

No primeiro semestre do ano, foram celebrados 9.065 novos contratos de arrendamento no concelho de Lisboa, “um recorde desde que há registos”, revela em comunicado a LXhabidata, uma nova plataforma digital que reúne de forma sistemática dados relativos à habitação nos 18 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Segundo dados divulgados pelo idealista, o preço das casas colocadas no mercado de arrendamento desceu 4,2% num ano. 

Segundo a nova plataforma – a LXhabidata reúne dados de fontes oficiais, como o Instituto Nacional de Estatística, o Registo Nacional do Alojamento Local e as autarquias –, os 9.065 novos contratos de arrendamento celebrados na cidade de Lisboa (31% do total de toda a AML) no primeiro semestre superam os registados no semestre anterior (7.968) e homólogo (6.841). 

“Em Lisboa a freguesia mais dinâmica é Arroios (9% do concelho) e a menos dinâmica Marvila (1%)”, refere a LXhabidata, que reúne dados estatísticos sobre habitação, permitindo comparar preços, compreender a dinâmica dos mercados e das políticas públicas e identificar tendências.

Taxa de esforço elevada em todos os concelhos

Taxa de esforço
Foto de Mikhail Nilov en Pexels

Sobre a taxa de esforço no mercado de arrendamento da AML, o valor pago pelos inquilinos aos senhorios em todos os concelhos da região representa 40% do seu rendimento. 

“Neste indicador destaca-se Lisboa: a renda mediana dos arrendamentos realizados no segundo semestre de 2019 corresponde a 80% do rendimento mediano das famílias do concelho em 2019. Segue-se Cascais com 73% e Amadora com 68%. Os concelhos da Margem Sul, à exceção de Almada, registam as taxas de esforço mais baixas, na ordem dos 40%: Alcochete com 40,5% e Sesimbra com 40,6% são as mais baixas. Em Lisboa, mesmo na freguesia com preços mais baixos, Santa Clara, a taxa de esforço é de 59%”, lê-se na nota enviada às redações. 

Receitas fiscais mais elevadas no concelho de Lisboa

Relativamente às receitas fiscais relacionadas com o setor imobiliário, o concelho de Lisboa distingue-se os restantes que compõem a AML. De acordo com a LXhabidata, a soma do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e do Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) foi em Lisboa, em 2019, de 327,5 milhões. “Cascais fica-se por cerca de um terço – 119 milhões – e a Amadora, por exemplo, por 29,9 milhões, 11 vezes menos”, conclui a empresa. 

Citada no documento, Sandra Marques Pereira, uma das coordenadoras do projeto, revela que, no caso de Lisboa, e percetível “a pressão que a habitação está a exercer sobre o rendimento das famílias, mas também a capacidade superior que o município possui face a outros concelhos para criar soluções habitacionais de caráter público, dado o volume das suas receitas fiscais (IMI+IMT) face aos outros concelhos”. 

De referir que a LXhabidata é um projeto do DINÂMIA’CET – Iscte, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia – FCT e pelo Iscte, realizado por Sandra Marques Pereira e Madalena Matos (coordenadoras), Teresa Costa Pinto, Maria Assunção Gato e Marco Carreira.

“Face ao enorme problema de inacessibilidade de habitação resultante do crescimento acentuado dos preços e das rendas face aos rendimentos, esta plataforma é uma ferramenta fundamental para a monitorização da situação. Mais à frente, também esperamos que possa vir a ser uma ferramenta de monitorização da componente habitacional do PRR. Os dados que vão passar a estar disponíveis e com atualização permanente são necessários, úteis e urgentes para todos os que se interessam pelo tema da habitação”, afirma Sandra Marques Pereira.

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