
Inflação, custos de construção, taxas de juro. Tudo está a subir e a ter impacto no poder de compra das pessoas. Que consequências terão estes e outros fatores para o setor imobiliário em Portugal? São muitas as incertezas, mas António Nogueira Leite, Board Member da Hipoges, mostra-se preocupado, considerando que o “mercado imobiliário português será afetado por fatores externos que o abrandarão em 2022”.
Segundo o responsável, a previsível subida das taxas de juro e o aumento dos custos de construção influenciarão o crescimento do mercado imobiliário, sobretudo no setor residencial, já no segundo semestre do ano.
“Não esqueçamos que nos últimos anos a Zona Euro seguiu uma política monetária extremamente acomodatícia, assente no estabelecimento de taxas diretoras historicamente baixas e uma política de compra de ativos que quase triplicou o tamanho do balanço do BCE entre 2014 e 2021”, refere, em comunicado.
António Nogueira Leite lembra que desde abril de 2021 que os preços estão a subir na Zona Euro, devido ao aumento dos preços das matérias-primas, energia e alguns produtos intermédios, como resultado dos efeitos negativos da crise pandémica. A tudo isto há a somar os efeitos da guerra na Ucrânia: “A inflação despoletada pelo atual conflito e os efeitos da variante Ómicron sobre a economia chinesa e, consequentemente no rendimento disponível, contribuirão para moderar as perspetivas de forte crescimento, nomeadamente no setor residencial, com que iniciámos o corrente ano”.
Em jeito de conclusão, o Board Member da Hipoges dá nota de que o ano de 2022 “para o imobiliário poderá ser ainda globalmente positivo, sobretudo no setor residencial”, mas frisa que “não deixará de acomodar os efeitos da cada vez mais previsível subida das taxas de juro e do aumento relevante dos custos de construção”.
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