"1º Direito não se vai esgotar no Programa de Recuperação e Resiliência", diz Marina Gonçalves, secretária de Estado da Habitação.
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Governo garante que apoios à habitação não se esgotam com o PRR
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Lusa

A secretária de Estado da Habitação garantiu esta terça-feira (15 de novembro de 2022), numa iniciativa na Faculdade de Arquitetura de Lisboa, que os programas de apoio ao acesso à habitação vão perdurar "para lá" do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

"O 1.º Direito não se vai esgotar no PRR", assegurou Marina Gonçalves, referindo-se ao programa de apoio público à promoção de soluções habitacionais para pessoas que vivem em condições habitacionais indignas e que não dispõem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma habitação adequada.

A secretária de Estado respondia - na sessão de encerramento da iniciativa "Caminhos e desafios para a habitação na Área Metropolitana de Lisboa" (AML), que se realizou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa - ao repto lançado minutos antes por Carla Tavares, presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa, que lhe pedira para "garantir a continuidade do 1.º Direito após 2026", data de conclusão do PRR.

"O PRR deve ser visto como fonte de financiamento e não um programa em si", vincou Marina Gonçalves. "Depois do PRR, os programas devem ficar", acrescentou.

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Aposta passa por reforçar o parque habitacional público

Simultaneamente, a governante reiterou a aposta no reforço do parque habitacional público, "que hoje é tão diminuto e compara muito mal com outros países da União Europeia", mas que considera ser "a resposta mais estável e mais duradoura" para garantir o direito à habitação.

"O que foi faltando ao longo das últimas décadas foi, de facto, uma visão transversal do direito à habitação", reconheceu Marina Gonçalves, sublinhando que é preciso "tratar a habitação como tratamos a saúde e a educação".

Em nome dos 18 municípios da AML, Carla Tavares tinha dito antes que "o PRR não será suficiente para responder a todos os problemas" em matéria de habitação e que é necessário, por isso, "garantir continuidade" depois de 2026. "A persistência de carências habitacionais na AML em pleno século XXI resulta em grande medida do histórico pouco investimento do país na área da habitação", salientou.

Lembrando que "só em 2017" o Estado central "voltou a olhar para o assunto", Carla Tavares constatou que "os municípios foram deixados sozinhos a lidar com este desafio" e salientou que "a habitação assegura territórios mais coesos, mais justos e mais inclusivos".

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