
Um sismo de magnitude 5,3 na escala de Richter foi registado na madrugada de segunda feira, dia 26 de agosto de 2024, a 58 km de Sines, avançou o Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA). De acordo com o IPMA, o epicentro do abalo foi registado às 05h11. O sismo aconteceu a uma profundidade de 10,7 km, avançou o serviço geológico dos Estados Unidos, o USGS.
O Governo português apelou à população para que mantenha a calma e siga as recomendações da proteção civil. Em declarações aos jornalistas, após um encontro com Paulo Rangel, primeiro-ministro em funções durante a ausência de Luís Montenegro, no Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, depois de fazer um balanço dos efeitos do sismo, que deve seguir-se um debate "sobre a construção de obras públicas" e que é possível "aprender-se mais" na resposta a estes fenómenos.
Porque não foi recebido alerta do sismo?
Segundo o comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, não houve nada fora do comum. Durante a comunicação à imprensa, pouco depois das 8h00 desta segunda-feira, foi esclarecido que não houve qualquer alerta especial para os portugueses porque não era necessário.
A magnitude do sismo, cujo epicentro foi localizado a 60 quilómetros a oeste de Sines, “não cumpre os critérios para a ativação dos planos especiais existentes para este tipo de eventos”, afirmou o responsável. André Fernandes explicou que esses planos só são acionados quando a magnitude do sismo é superior a 6,1 na escala de Richter, momento em que, garantiu, “há um acionamento direto dos planos e, aí sim, uma comunicação diferente”.
Novos procedimentos para evitar o pior em caso de sismo
Sem especificar o caso em questão, o Presidente da República disse que, recentemente, houve uma decisão do Tribunal de Contas (TdC) que "entendeu propor, levando até mais longe do que normalmente é o papel do Tribunal de Contas, um aditamento contratual, ou uma revisão contratual, para incluir requisitos que não estavam previstos à partida no processo do concurso".
O Chefe de Estado lembrou, ainda, o impacto do sismo de 1969, salientando que, desde aí, "felizmente já se aprendeu muito" e já se melhorou muito, mas que há "sempre novas aprendizagens quer na prevenção, quer na formação da sociedade". Mas estará Portugal preparado para mais um terramoto como o de 1755?
Lisboa foi destruída com terramoto em 1755. E agora?

Se voltar a acontecer um sismo de maior intensidade em Portugal, o país estaría preparado para resistir? O idealista/news questionou, em 2016 a propósito de outro sismo, os especialistas sobre o tema, recuperando uma série de reportagens próprias que publicou na altura, com vídeos:
- Engenheiro civil, João Appelton: "Vai com certeza haver outro de grande magnitude e violência"
- Vereador da Proteção Civil de Lisboa, Carlos Manuel Castro: "Preparar a capital para reagir tornou-se prioritário para a Câmara de Lisboa"
- Diretora Municipal de Habitação de Lisboa, Marta Sotto-Mayor: "As casas não estão preparadas e vão cair com um castelo de cartas"
- Engenheiro civil, João Appleton:"É urgente criar um regulamento para a reabilitação urbana para evitar desastres maiores"
- Arquiteta e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Helena Roseta: "A prevenção do risco sísmico é muito urgente”
- Presidente da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, Aníbal Guimarães da Costa: "Certificação sísmica dos edifícios ficará pronta este ano"
- Vox Pop: O que pensam e sabem (ou não) os lisboetas sobre sismos
Sismo: o que aconteceu em 2016, em Portugal?

Um sismo de magnitude 4,1 nas escala de Richter, a de 19 de agosto de 2016, ocorreu na zona do Canhão da Nazaré. Deveu-se a uma falha submarina de origem tectónica situada ao largo da costa, segundo o Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Houve relatos da população, contados pela imprensa nacional, de que o tremor de terra foi sentido em várias zonas de Peniche e de Lisboa, nomeadamente em Campo de Ourique e no Marquês de Pombal, no centro da capital.
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