
A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) aprovou esta quinta-feira, dia 19 de dezembro de 2024, um corte de 0,25 pontos percentuais da principal taxa de juro de referência, a terceira descida em três meses, seguindo a Reserva Federal (Fed) norte-americana.
A AMCM fixou em 4,75% a taxa de redesconto, valor cobrado aos bancos por injeções de capital de curta duração, com efeito imediato, de acordo com um comunicado.
O regulador financeiro da região administrativa especial chinesa seguiu assim o corte anunciado na quarta-feira pela Fed.
A AMCM disse que a descida era inevitável, por a moeda de Macau, a pataca, estar indexada ao dólar de Hong Kong, pelo que “a taxa de juros em Macau é consistente com a taxa de juros em Hong Kong”.
A decisão da AMCM surgiu pouco depois de a Autoridade Monetária de Hong Kong ter anunciado a descida da taxa de juro de referência, devido ao corte imposto pelo banco central dos EUA, sendo que o dólar de Hong Kong está indexado ao dólar norte-americano.
Na quarta-feira, a Fed, o banco central dos Estados Unidos, decidiu voltar a cortar os juros, em 25 pontos base, naquela que foi a terceira vez que reduziu as taxas diretoras este ano.
A descida da taxa de juro surge numa altura em que o crédito malparado quase triplicou em Macau nos últimos 12 meses, atingindo 54,9 mil milhões de patacas (6,54 mil milhões de euros) no final de outubro.
O crédito bancário malparado tem atingido novos recordes há 20 meses consecutivos, de acordo com a AMCM, cujos dados remontam a 1990, ainda durante a administração portuguesa do território.
O crédito vencido representa 5,4% dos empréstimos dos bancos de Macau, também mais do dobro do registado no final de outubro de 2023. Uma percentagem que atinge 6,8% no caso do crédito a instituições ou indivíduos fora da região chinesa.
Ainda assim, a percentagem de crédito bancário vencido em Macau está longe do recorde de 25,3% alcançado em meados de 2001, em plena crise económica mundial causada pelo rebentar da bolha especulativa das empresas ligadas à Internet.
A Autoridade Bancária Europeia, a agência reguladora da UE, por exemplo, considera que os bancos com pelo menos 5% dos empréstimos malparados têm “elevada exposição” ao risco e devem estabelecer uma estratégia para resolver o problema.
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