Renda das casas subiu 10,7% num ano no verão de 2024, mas menos do que no trimestre anterior, revela INE.
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Arrendar casa em Portugal
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Arrendar casa continua a ser uma opção para milhares de famílias em Portugal. Mas estes agregados deparam-se com falta de oferta no arrendamento e ainda com novos estímulos à compra de habitação, quer por via da descida dos juros, quer pela isenção de IMT para jovens. Tudo isto ajuda a explicar o facto de o número de novos contratos de arrendamento ter caído 5% no verão de 2024 face ao período homólogo. Perante este decréscimo da atividade, as rendas das casas desaceleraram a subida para 10,7%, revelam os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).

No verão de 2024, foram celebrados um total de 23.684 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal, o que representa uma diminuição anual de 5,0%, começa por explicar o INE no boletim publicado esta segunda-feira, dia 23 de dezembro. Há dois fatores que podem ajudar a explicar esta contração da atividade de arrendamento residencial no país: por um lado, há falta de oferta de casas para arrendar; e, por outro, haverá famílias a voltarem-se para a compra de casa perante a descida dos juros nos créditos habitação e a isenção de IMT e Imposto de Selo para jovens, uma medida que está em vigor desde agosto.

Esta menor dinâmica no mercado de arrendamento refletiu-se numa evolução mais contida das rendas das casas. Os dados provisórios do INE revelam ainda que a renda mediana destes novos contratos foi de 8 euros/m2 no terceiro trimestre de 2024, menos 1% face ao trimestre anterior. O que também salta à vista é que as rendas das casas em Portugal desaceleraram para 10,7% em termos homólogos (no trimestre anterior o crescimento foi de 11,1%). 

Casas para arrendar mais caras em todos os municípios populosos

As casas para arrendar ficaram mais caras no último ano em todos os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes. As maiores subidas foram sentidas no Funchal (25,9%), na Maia (20,7%) e no Seixal (16,5%). E as menores em Setúbal (2,9%), Lisboa (3%) e Cascais (3,2%).

Mas também se verificou que a subida das rendas das casas desacelerou em 14 grandes municípios: Barcelos foi o caso em que se verificou o maior abrandamento (-16,7 pontos percentuais), seguido do Funchal (-11,6 p.p.) e de Setúbal (-10 p.p.). 

Sem surpresa, as rendas das casas mais elevadas foram observadas em Lisboa (16,18 euros/m2), Cascais (15,88 euros/m2) e em Oeiras (13,98 euros/m2). E as mais baixas em Barcelos (5,39 euros/m2) e em Guimarães (5,48 euros/m2).

“Dez dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes apresentaram taxas de variação homóloga do número de novos contratos superiores à nacional (-5,0%), destacando-se Barcelos (9,7%), Seixal (7,6%) e Vila Nova de Famalicão (4,6%), com as maiores variações”, destaca o instituto. Por outro lado, o número de novos contratos de arrendamento apresentou decréscimos superiores a 10% nos municípios de Loures (-20,8%), Maia (-14,4%), Vila Nova de Gaia (-11,4%), Coimbra (-11,2%), Vila Franca de Xira (-11,0%) e Odivelas (-10,1%).

Rendas das casas a subir na maioria das sub-regiões

Ao nível das 26 sub-regiões que compõem o país, verifica-se que as casas para arrendar ficaram mais caras em 22 territórios entre o terceiro trimestre de 2024 e o mesmo período do ano passado. As sub-regiões Beira Baixa (26,6%), Região Autónoma da Madeira (20,2%) e Lezíria do Tejo (20,0%) destacaram-se com as maiores variações.

Estas são as quatro sub-regiões onde, pelo contrário, o arrendamento habitacional ficou mais barato: Terras de Trás-os-Montes (-7,7%), Alentejo Central (-3,4%), Região Autónoma dos Açores (-3,0%) e Baixo Alentejo (-1,8%). 

As rendas das casas mais elevadas registaram-se na Grande Lisboa (13,53 euros/m2), Região Autónoma da Madeira (10,66 euros/m2), Península de Setúbal (10,18 euros/m2), Área Metropolitana do Porto (9,09 euros/m2). E as rendas mais baixas em Trás-os-Montes (2,39 euros/m2).

De notar ainda que no verão de 2024, “sete das 26 sub-regiões registaram acréscimos homólogos no número de novos contratos de arrendamento, salientando-se o Baixo Alentejo, com um acréscimo de 22,6%. Com decréscimos superiores a 15%, destacaram-se o Alentejo Litoral (-27,7%), o Alto Tâmega e Barroso (-19,9%) e o Alto Alentejo (-17,0%). A Grande Lisboa e a Área Metropolitana do Porto concentraram 42,2% dos novos contratos de arrendamento”, conclui o INE.

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