Siza Vieira recebe Grande Prémio da Academia de Belas-Artes francesa

O conceituado arquiteto português Álvaro Siza Vieira, já condecorado com o Prémio Pritzker, em 1992, recebeu o Grande Prémio de Arquitetura da Academia de Belas-Artes francesa, pelo conjunto do seu percurso, no valor de 35.000 euros.

“É uma grande honra, porque é um prémio importante. É a primeira vez que a Academia de Belas-Artes dá este prémio carreira”, disse Siza Vieira, citado pelo Público.

Segundo a publicação, o arquitecto, que esteve em Paris para receber o Prix Charles Abella, proferiu uma conferência no Instituto de França, que junta as cinco academias de letras, artes e ciências, onde começou por agradecer “com emoção e humildade” o facto de ser o primeiro laureado. 

Discursando debaixo da bonita cúpula do Instituto de França, como o próprio arquiteto fez questão de sublinhar, Siza Vieira lembrou a sua primeira viagem a Paris em 1967: durou 15 dias e viu obras de Le Corbusier, Picasso, Sauvage, Charreau e Perret, entre muitos outros: “Paris não era para mim o centro do mundo, como ouvia dizer. Era a cidade aberta a todo o mundo, como deveriam ser todas as cidades, como exige o próprio conceito de cidade. A expressão centro do mundo sugere de algum modo uma ideia de marginalização de periferias. Mas as periferias foram ou vão-se sucessivamente revelando como outros centros de cultura”, referiu.

Durante a cerimónia, o arquiteto português conversou também com François Chaslin, correspondente da secção de arquitetura da Académie des Beaux-Arts e crítico de arquitetura, que sublinhou a capacidade de Siza “em ligar o passado ao presente, permitindo ao futuro que se instale”, lê-se no Twitter da instituição francesa.

Ao entregar este novo prémio ao arquiteto português, “a academia francesa quis mostrar o respeito que lhe inspira este grande mestre”, escreveu entretanto o jornal francês Le Monde.