
Apesar do atual contexto económico ser marcado pela incerteza, pela inflação e pela subida dos juros, os preços das casas continuam a crescer pelos vários países do mundo, mas a menor velocidade. Os dados mais recentes da Knight Frank mostram que os preços das casas nas principais cidades do globo estão a subir a um ritmo médio inferior a 10% no verão de 2022 face ao período homólogo. Mas Lisboa e Porto são das exceções à regra: na capital portuguesa as casas ficaram 11,4% mais caras neste período e na cidade Invicta 15,7%.
Evolução dos preços das casas nas principais cidades do mundo
O preço das casas subiu na grande maioria das 150 cidades analisadas no Global Residential Cities Index, tendo registado um aumento médio de 9% no terceiro trimestre de 2022 face ao mesmo período do ano passado.
As cidades turcas de Istambul, Ancara e Izmir já nos habituaram a observar aumentos dos preços das habitações muito acima da média – neste período variaram entre +186% e 212%. A completar o top5 dos maiores aumentos dos preços das casas está Miami (EUA) e Riad (Arábia Saudita), registando subidas de 28,6% e 25,0%, respetivamente, revela o índice da Knight Frank.
Também várias cidades europeias registaram subidas dos preços das habitações neste período, como é o caso de:
- Vilnius (Lituânia): os preços das casas subiram 25,0%;
- Talin (Estónia): +23,0%;
- Reykjavik (Islândia): +20,7%;
- Bratislava (Eslováquia): +19,3%;
- Praga (República Checa): +18,5%
- Sófia (Bulgária): +17,3%.
As casas também ficaram mais caras nas cidades portuguesas que constam neste ranking. No Porto, os preços subiram 15,7%, colocando a cidade Invicta na 22ª posição. Em Lisboa, comprar casa ficou 11,4% mais caro entre o verão de 2021 e o mesmo período de 2022.
O que os dados da Knight Frank também mostram é que foi observada uma queda nos preços das habitações para comprar em 16 cidades do mundo, mais quatro do que no último trimestre. As maiores descidas dos preços das casas foram registadas em Wellington (-17,3%), Auckland (-11,2%) e Buenos Aires (-9,8%).

Quais são os países do mundo onde os preços das casas estão a crescer mais?
Nos mercados residenciais, o crescimento médio de preços foi de 8,8% no verão deste ano face ao período homólogo. Este é um valor abaixo dos 10,9% registados no primeiro trimestre de 2022, altura em que foi atingido o pico.
Olhando para o Global House Price Index relativo ao terceiro trimestre de 2022, contam-se 48 dos 56 países viram os preços das casas subir em termos nominais. Mas se se tiver em conta a inflação, a verdade é que os preços das habitações só subiram em 23 países (cerca de 41% do total). Neste contexto inflacionário, comprar casa ficou, em média, 0,3% mais barato neste período.
Os países da Europa Central e do Norte ainda estão a ver os preços das habitações subir, com a Estónia, Hungria, República Checa, Islândia, Eslováquia, Macedónia do Norte a registarem aumentos de mais de 16% nos preços residenciais em termos nominais. Incluindo a inflação nas contas, os preços das habitações subiram entre 5,8% e 12,2% nestes países.
Em Portugal, as caras ficaram 15,6% mais caras no verão de 2022 face ao mesmo período do ano passado. Este aumento colocou o território nacional na 11ª posição no ranking. Já considerando a influencia da inflação na dinâmica do mercado residencial, os preços das casas para comprar subiram, mas menos (5,8%).
Tendo em conta o contexto de inflação mundial, que reduziu o poder de compra e encareceu os créditos habitação, os preços das casas tombaram sobretudo em países como:
- Ucrânia (-19,8%);
- Coreia do Sul (-12,4%);
- Peru (-12,4%);
- Hong Kong (-11%).

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