Investidores preocupados que nova legislação possa anular os rendimentos e pôr em risco a venda do crédito malparado no mercado.
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Giorgia Meloni
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Lusa
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Itália está a preparar legislação para ajudar as famílias e as pequenas empresas a comprarem empréstimos antigos que entraram em incumprimento, num contexto de subida de taxas de juro. Em concreto, o executivo italiano de extrema-direita liderado por Giorgia Meloni está a finalizar uma nova legislação que permitirá aos mutuários comprar as dívidas de anos anteriores que deixaram de pagar, por uma fração do seu valor nominal, segundo fontes ligadas ao processo, citadas pela agência Bloomberg.

Mas a nova legislação para o crédito malparado pode perturbar ainda mais os credores e os investidores internacionais, num país que recentemente sofreu o impacto negativo da aplicação de um imposto sobre os lucros extraordinários sobre dos bancos que afundou a bolsa italiana.

De acordo com a Bloomberg, as preocupações dos investidores centram-se agora na possibilidade de a legislação poder anular os seus rendimentos e pôr em risco a venda do crédito malparado no mercado.

O ministro da Indústria, Adolfo Urso, contactado pela agência de notícias a propósito desta legislação, esclareceu que a iniciativa visa "tirar o maior número possível de mutuários - pessoas e empresas - dos créditos em incumprimento, pagar dívidas anteriores e fazê-las regressar ao trabalho".

Tal como aconteceu com o imposto sobre os lucros extraordinários aplicado aos bancos, a proposta de diploma para os NPL foi originalmente apresentada no final do ano passado por deputados próximos da primeira-ministra, Giorgia Meloni, e tem sido defendida pelo atual ministro da Indústria italiano.

Além disso, os argumentos em defesa da nova lei são os mesmos que foram utilizados no diploma que estabeleceu a "windfall tax".

Os investidores em crédito malparado, muitas vezes internacionais, adquiriram estas dívidas em "circunstâncias dramáticas" e "especulam", tendo em conta "uma dupla fraqueza", a dos banco e a dos mutuários, obtendo assim "margens de lucro semelhantes às dos empréstimos", as quais são "francamente inaceitáveis", de acordo com o projeto de lei, citado pela Bloomberg.

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