Garantia dada por Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra, que está atento, no entanto, a eventuais oportunidades de negócio.
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Centros comerciais em Portugal
Centro Comercial Vasco da Gama, em Lisboa Photo by Kit Suman on Unsplash
Lusa

O presidente executivo (CEO) da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira, afirmou esta quarta-feira (17 de novembro de 2021) que não há em Portugal mais oportunidades para desenvolver centros comerciais”, pois o mercado, tal como no resto da Europa, está “maduro”.

“Na maioria dos mercados europeus o sentimento é que o mercado está maduro e que, portanto, não vai haver muitas mais oportunidades de desenvolver novos centros comerciais. A Sonae Sierra, por exemplo, acredita que em Portugal não há mais oportunidades para desenvolver centros comerciais”, afirmou o CEO durante um encontro com jornalistas, no Porto, onde apresentou o “novo ciclo” e a “estratégia renovada” da empresa para o mercado europeu, assente em novas áreas de negócio na área imobiliária.

Guedes de Oliveira garantiu, contudo, que a empresa do grupo Sonae “continua a acreditar no futuro do negócio dos centros comerciais”, que “vai continuar a ser o negócio ‘core’ [principal] da Sonae Sierra no futuro”.

"A Sonae Sierra não está a sair dos centros comerciais"

“A Sonae Sierra não está a sair dos centros comerciais. Se aparecer uma oportunidade para desenvolver ou para adquirir um novo centro comercial nós olharemos atentamente para essa oportunidade e, se for sustentável do ponto de vista financeiro e comercial, obviamente que a aproveitaremos. O que achamos é que essas oportunidades são tão escassas que não nos permitem ter o crescimento que desejamos”, explicou.

“Isso não significa – ressalvou - que não haja ainda muitas oportunidades para criar valor no nosso portfólio de centros comerciais e que nós não acreditemos no futuro dos centros comerciais e, nomeadamente, no futuro do nosso portfólio de centros comerciais”.

"Comércio eletrónico é uma oportunidade”

Para o CEO, “o futuro do retalho vai ser omnicanal – online e offline – e, portanto, o retalho físico vai ser uma peça fundamental neste ecossistema do retalho no futuro”: “A loja tem que existir e vai continuar a existir. Para nós, o e-commerce [comércio eletrónico] é uma oportunidade”, sustentou.

De acordo com Guedes de Oliveira, “toda essa imprensa negativa sobre a morte dos centros comerciais está muito alavancada na experiência anglo-saxónica, nomeadamente nos EUA [onde os muitos encerramentos de centros comerciais têm sido atribuídos à proliferação do ‘e-commerce’]“, mas o facto é que “era necessário que os EUA fechassem 85% dos centros comerciais para ficarem com o mesmo rácio de metros quadrados de centros comerciais ‘per capita’ que Portugal”.

“A Europa não vai cometer esse erro. Já temos centros comerciais suficientes”, considerou.

Aposta num "novo ciclo" e numa "estratégia renovada"

Neste âmbito, o presidente executivo da Sonae Sierra avançou mais detalhes sobre o “novo ciclo” da empresa, com uma “estratégia renovada” para o mercado europeu, conforme foi anunciado ao mercado no passado dia 18 de outubro e que passa por uma aposta na expansão do negócio de gestão de fundos de investimento e no alargamento da atividade de promoção imobiliária ara além do setor do retalho.

Segundo adiantou, este “novo ciclo” – traduzido também numa renovada comissão executiva – assenta em quatro grandes eixos: expandir o negócio de gestão de fundos de investimento; desenvolver o negócio da promoção imobiliária ara além dos centros comerciais; preparar o portfólio de centros comerciais para o futuro; e reforçar a oferta de serviços imobiliários para os novos conceitos de vida urbana.

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