Até novembro, foram transacionados na Grande Lisboa 62.000 m2 de escritórios, o que significa, segundo a Cushman & Wakefield (C&W), que 2013 foi o pior ano de sempre no que diz respeito ao segmento em causa. De acordo com Eric van Leuven, managing partner da consultora imobiliária em Portugal, as estimativas apontam para que o número tenha subido para os 70/75.000 m2 até final do ano, um valor “muito mais baixo face ao verificado em 2012: 105.000 m2”.
A comprovar a crise no segmento está a taxa de desocupação de escritórios, que bateu (também) um novo máximo histórico no ano passado: 12,5%. De referir que a taxa foi mais elevada no Parque das Nações (16%) e no Corredor Oeste (21%).
Tendo por base os dados da C&W, apresentados esta quinta-feira (dia 9), em 2014, “o setor de escritórios deverá ser o mais afetado pelo ainda difícil enquadramento económico”, isto apesar de ser expectável “uma ligeira recuperação”. “Os centros comerciais deverão manter a estabilidade na oferta, ainda que com uma recuperação lenta na procura e valores praticados”, e “o comércio de rua deverá continuar a despertar o interesse dos últimos anos”, estimou a consultora.
No que diz respeito ao investimento imobiliário comercial em Portugal, em 2013, o valor quase triplicou face ao ano anterior, para um montante superior a 300 milhões de euros. O relatório da C&W conclui que o “peso do investimento estrangeiro ainda é inferior à média da década”, rondando os 30%, e que está “maioritariamente concentrado no retalho”. A boa notícia é que “Portugal começa a estar de novo no radar dos investidores estrangeiros”, adiantou Eric van Leuven, durante a apresentação. “O que o investidor compra é um produto seguro”, alertou.
Segundo o responsável, já existe, no mercado de investimento, “uma clara consciência de que a relação preço/qualidade do imobiliário português começa a ser muito atrativa, o que se traduziu num maior volume de negócios fechados em 2013 comparativamente com 2012”. “As rendas de escritórios e lojas mantiveram-se estáveis nas melhores localizações, mas voltaram a sofrer reduções nas localizações menos prime. As taxas de rentabilidade para os melhores produtos também estabilizaram”, frisou, em comunicado, o managing partner da consultora imobiliária.
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