Visitar 53 propriedades no espaço de um ano, percorrendo o mercado de Norte a Sul do país. Tudo para encontrar a casa perfeita e à medida das necessidades do cliente. No final, um palácio conquista o coração do comprador. Esta é uma história, entre muitas, de alguém que se apaixonou por Portugal. Mas quem são, afinal, estas pessoas? De que é que estão à procura? Quais são as suas exigências? A Private Luxury Real Estate, especialista em propriedades de luxo, revela ao idealista/news algumas das respostas.
Os protagonistas dos negócios milionários das casas de luxo têm rostos, ainda que muitos deles sejam desconhecidos. Estamos a falar de um mercado “singular e que pede alguma discrição e confidencialidade”, garantem Sandra Camelo e Filipe Lourenço, diretores executivos da Private Luxury Real Estate.
"Estamos a falar de um mercado singular e que pede alguma discrição e confidencialidade”
“As pessoas que procuram estes imóveis não são ‘cintilantes’, ao contrário daquilo que se pensa. Procuram cada vez mais o conforto, e não algo gelado ou impessoal. Além disso é preciso acrescentar à lista de exigências o detalhe, o toque, o cheiro, os materiais nobres, por exemplo. Agora há uma outra grande tendência, que são as casas iTech, e a verdade é que há cada vez mais pessoas à procura disso”, salienta Filipe Lourenço.
Estamos a falar de “desconhecidos que não se querem expor, que gostam de qualidade de vida e que procuram diferentes mais-valias num imóvel”, diz Sandra Camelo. “As pessoas vêm à procura de um determinado acompanhamento, ainda que saibam exatamente aquilo que querem”.
Palácios. Uma nova atração em Portugal?
De um lado casas minimalistas, modernas e iTech e do outro lugares com história. Há espaço para tudo e para todos os conceitos. Mas nem sempre foi assim. Pelo menos no que toca aos interesses dos portugueses.
“Nós portugueses, e até então, não valorizávamos muito este tipo de imóvel. Agora o interesse é generalizado, abrange portugueses e estrangeiros. Mas ainda assim sentimos que é um tipo de imóvel muito apreciado pelo comprador ‘de fora’, que valoriza bastante a questão histórica do palácio. Este é o tipo de imóvel que começou a ganhar destaque sobretudo há três ou quatro anos”, refere Filipe Lourenço.
“Quem procura este tipo de imóveis está à procura de algo diferente”, acrescenta Sandra. “Está à procura de espaços com alma, de história”, refere ainda a responsável, explicando que este tipo de cliente começou a chegar sobretudo pelo estrangeiro. “O estrangeiro não tem qualquer tipo de problemas em chegar a Portugal, encontrar um palácio em ruínas e reconstruir”, conclui Filipe.
Há histórias que não se esquecem
O idealista/news pediu aos diretores da Private Luxury Real Estate que partilhassem alguma história ou pedido peculiar que lhes tivesse ficado na memória. Filipe Lourenço não esquece aquele que terá sido, muito provavelmente, o pedido mais excêntrico que lhe fizeram.
“Eu acho que o cliente mais particular que tive, e que provavelmente se encaixará nos parâmetros da excentricidade, foi um rapaz novo em torno dos 30 anos que queria colocar um porsche dentro de um apartamento. Portanto queria que existisse uma plataforma que elevasse o porsche não apenas para a sala, mas entre a sala de estar a sala de jantar. E outro pormenor: tudo isto teria de acontecer numa penthouse”, conta o responsável.
Também Sandra recorda um outro cliente, que necessitou de visitar nada mais nada menos que 53 propriedades até tomar uma decisão: “Estou a lembrar-me de um cliente que queria algo muito especial, mas que quis analisar o mercado de Norte a Sul do país. Foram-lhe mostradas 53 propriedades no espaço de um ano”. A verdade é que esta longa viagem foi benéfica. O negócio, cujo protagonista era de origem estrangeira, veio a concretizar-se. O investidor decidiu-se por um palácio, na região de Lisboa.
Houve um cliente que quis analisar o mercado de Norte a Sul do país. Foram-lhe mostradas 53 propriedades
Ter uma sala de cinema pensada pelos técnicos da Lusomundo, um campo de golfe, spa ou heliporto são exemplos de outras exigências, mas estas “fazem parte do dia a dia de quem procura estas propriedades”, assegura Filipe.
Definir o perfil do cliente: o elemento-chave que não pode falhar
Para os responsáveis da Private Luxury Real Estate é essencial que os imóveis vão ao encontro da pessoa, do seu perfil e do seu estilo de vida. Sandra Camelo aponta aquele que para ela é um fator-chave e diferenciador no mercado.
“Nós adotámos uma postura muito simples no mercado. Não estamos aqui para vender uma casa. Estamos aqui para ajudar o cliente e fazer um acompanhamento personalizado”, conclui a responsável.
Filipe Lourenço salienta um outro aspeto. “Nós não desistimos até encontrar aquilo que a pessoa quer exatamente... e a verdade é que estes processos levam algum tempo. Mas a proximidade acaba por dar origem a uma espécie de fidelidade, porque o cliente vem e volta”, conclui o responsável.
Para poder comentar deves entrar na tua conta