
A mediação imobiliária foi um dos setores que melhor resposta deu à crise da pandemia da Covid-19. Um sentimento, de resto, já partilhado por vários players do setor ao idealista/news. Os resultados obtidos pela Century 21 (C21) Portugal em 2021 mostram isso mesmo, sendo resiliência a palavra de ordem. No ano passado, o volume de negócios da empresa disparou 41%, face a 2020, tendo superado os 2.766 milhões de euros, revelou a empresa em comunicado.
Também a faturação da C21 subiu face ao ano anterior, tendo disparado 57% e superado os 76 milhões de euros. No que diz respeito ao número de transações de venda, realizaram-se 16.312, “o que traduz um expressivo aumento de 31% em relação às 12.492 efetuadas em 2020”, adianta a mediadora, salientando que o valor médio dos imóveis transacionados na rede C21 Portugal aumentou 7% num ano, fixando-se nos 168.192 euros, a nível nacional.
Que casas foram mais procuradas em 2021?
Segundo a C21 Portugal, continuaram a ser os apartamentos T2 e T3. “Na maioria das cidades da Área Metropolitana de Lisboa, Área Metropolitana do Porto, Algarve e nas principais capitais de distrito, o valor médio de venda dos apartamentos em 2021 já superou em cerca de 19% a média registada em 2019, ou seja, em contexto de pré pandemia”, lê-se na nota.
Acessibilidade à habitação é um “desafio crescente”
Para Ricardo Sousa, CEO da C21 Portugal, “a subida dos valores médios de transação justifica-se pelo elevado nível de procura e pela escassez de oferta de imóveis residenciais, nos segmentos médio e médio baixo”.
“Verifica-se um desafio crescente em termos de acessibilidade à habitação, que cada vez deixa mais jovens e famílias sem capacidade para aquisição de casa. Os atrasos na evolução e na entrega dos projetos de obra nova para os segmentos médio e médio baixo está, claramente, a condicionar o tão desejado equilíbrio de mercado entre a oferta e a procura. Por outro lado, a retoma da mobilidade veio ativar a procura internacional e a disponibilidade da banca em conceder crédito habitação veio impulsionar a procura nacional, o que permitiu a realização de um número de transações no ano passado que superou as registadas em 2019 e 2020”, explica.

Arrendamento a crescer
Relativamente ao mercado de arrendamento, a C21 Portugal revela que registou um aumento de 51% no número de operações, “seguindo a tendência crescente do ano anterior”. “Em 2021, foram realizadas 4.034 operações de arrendamento, mais do dobro que as 2.679 efetuadas em 2020. A nível nacional, o valor médio de arrendamento de apartamentos fixou-se nos 723 euros, um aumento de cerca de 5,5% face à média de 685 euros registados em 2020, mas ainda abaixo dos 747 euros verificados em 2019, antes da pandemia”, adianta a mediadora.
A urgência de combater a informalidade no arrendamento
Citado no documento, Ricardo Sousa considera que “o segmento de arrendamento é mais flexível e bastante responsivo às flutuações da oferta e da procura”, sendo “uma solução habitacional, sobretudo, para quem apresenta menor capacidade económica e opta pelo arrendamento como a alternativa possível, ou para famílias e jovens que procuram uma opção flexível e temporária de habitação”.
O CEO da C21 Portugal deixa, no entanto, um aviso: “Com o expectável aumento das taxas de juro e diminuição dos prazos do crédito habitação, estima-se um forte aumento da procura por soluções de arrendamento no segundo semestre de 2022. É assim urgente e prioritário um combate à informalidade que caracteriza o atual mercado de arrendamento para que este segmento funcione eficazmente”.
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