
O regresso aos escritórios já se faz sentir em Lisboa e no Porto, cidades que têm atraído novas empresas para se instalarem, sobretudo, na área das tecnologias e telecomunicações. Em Lisboa, foram arrendados 45.507 metros quadrados (m2) de escritórios só nos dois primeiros meses do ano, um valor 80% superior ao registado em 2021. Já no Porto o volume de absorção deste mercado situou-se nos 2,982 m2, o dobro do registado no ano passado.
“Os resultados deste início de ano confirmam a tendência de recuperação já sentida nos últimos meses do ano de 2021. Agora que o regresso dos trabalhadores aos escritórios é um dado adquirido, ainda que os modelos híbridos sejam equacionados, as empresas procuram novos espaços adaptados às novas necessidades, assentes no bem-estar dos colaboradores e como estratégia de retenção de talentos”, explica Alexandra Portugal Gomes, Head of Research da Savills Portugal, num comunicado enviado às redações.
Como evoluiu o mercado de escritórios de Lisboa?

No início do ano, foram fechadas um total de 26 operações no mercado de escritórios de Lisboa, tendo o valor total de área arrendada sido 87% superior ao registado em 2019, antes da pandemia. E houve um negócio que se sobressaiu: o pré-arrendamento de 28.000 m2 pela Fidelidade no edifício Álvaro Pais, na zona de Entrecampos.
Distribuindo os negócios pelas zonas de Lisboa, salta a vista que a zona Prime CBD (Zona 1) registou 31% das operações, seguida pela zona do Corredor Oeste (zona 6), com 23%. No que diz respeito ao volume de absorção por setor de atividade, destaca-se o setor dos Serviços a empresas com 6.698 m2, em que 5.807 m2 foram ocupados por um centro de escritórios na Novas Zonas de escritórios (Zona 3).
“Após quase dois anos de trabalho remoto recomendado, a recuperação do mercado de escritórios de Lisboa é hoje evidente”, comenta Frederico Leitão de Sousa, Head of Corporate Solutions da Savills Portugal, sublinhando ainda que “o principal ponto de destaque é o volume de absorção em edifícios novos no ano 2021, que foi 44,4% superior ao observado no ano 2019, período pré-pandemia, revelando o apetite das empresas em ingressar em espaços novos, de qualidade e cumpridores das políticas ESG, que elevam o seu estatuto no mercado de trabalho e, consequentemente, transmitem um maior bem-estar aos seus colaboradores”.
Mercado de escritórios do Porto inicia recuperação

No mercado de escritórios do Porto, o volume de absorção total relativo aos primeiros dois meses do 2022 deu sinais de recuperação face a 2021, mas ainda assim, está 34% abaixo do registado em 2020. No início do ano foi registado um total de sete operações. E a zona CBD da Boavista está no topo das preferências dos ocupantes neste início de ano, com um total de 1.705 m2 de espaços ocupados, distribuídos por três edifícios, refere a mesma publicação.
“Os resultados destes dois meses demonstram a intenção do mercado em acentuar o seu crescimento, que, embora tímido, começa a emitir sinais mais positivos. Apesar de ainda não se comparar aos valores de 2020, é um crescimento significativo quando comparado com o período homólogo do ano passado. Outro sinal positivo é que algumas operações provêm do estabelecimento de novas empresas do setor das tecnologias e telecomunicações na região, atestando a atratividade do mercado do Porto”, afirma Alexandra Portugal Gomes.
“Após um crescimento anual de 5% registado em 2021, os primeiros meses de 2022 demonstram sinais positivos no mercado de escritórios do Porto”, refere Francisco Megre, Offices Consultant da divisão do Porto da Savills Portugal. Há empresas que procuram expandir área e “as novas empresas representam uma percentagem cada vez maior dos novos ocupantes”, explica alertando que, contudo, a falta de oferta tem limitado a tomada de decisão por parte de grandes empresas.
Face aos projetos em curso no Grande Porto, “prevê-se um aumento substancial do mercado de escritórios com a respetiva qualidade de construção e sustentabilidade associada”, conclui Francisco Megre.
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