
O novo Governo liderado por António Costa, que é composto por 17 ministérios, vai concentrar-se no edifício sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em Lisboa, sendo que os primeiros inquilinos do banco público serão os ministérios com responsabilidade direta na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a mudança a acontecer ainda este ano. Desconhece-se, para já, qual será o destino a dar aos vários imóveis que, entretanto, ficarão desocupados. Em aberto está a possibilidade de serem convertidos em projetos residenciais, turísticos e/ou hoteleiros ou escritórios.
Segundo o Expresso, o edifício sede da CGD, onde o Executivo terá o seu “quartel-general”, está situado na Avenida João XXI e tem 173.600 metros quadrados (m2) de área útil, distribuídos por 15 pisos, sendo que destes apenas três se encontram vazios.
Na sequência desta mudança, alguns imóveis que servem atualmente funções ministeriais ficarão desocupados e, quiçá, devolutos. Em causa estão, por exemplo, ativos no Terreiro do Paço, no Restelo, na Estrela, em Campo de Ourique, nas Avenidas Novas e em São Domingos de Benfica, escreve a publicação, salientando que os imóveis onde se localizam os atuais ministérios também têm um leque variado de morfologias.
Quem terá uma palavra a dizer em todo o processo será a Estamo Participações Imobiliárias S.A., empresa responsável pela gestão do património imobiliário do Estado que integra o universo Parpública.
Citada pelo jornal, Cristina Arouca, diretora de pesquisa da consultora imobiliária CBRE, adianta que “alguns edifícios ocupados pelos ministérios concorrem diretamente com o mercado residencial, que paga mais”. “Como alguns não terão sido projetados e construídos para ter uma ocupação de serviços, mesmo após obras de remodelação, dificilmente terão as características exigidas pela maioria da procura de escritórios. Mais facilmente terão uma ocupação residencial ou hoteleira”, explica.
Já Luís Mendes, investigador do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT), levanta a hipótese de, no imediato, muitos edifícios ficarem devolutos, em “expectância de uso”. “É necessário fazer um diagnóstico do que fica devoluto, em que estado de conservação se encontra e se tem vocação residencial ou outros usos não residenciais, como escritórios, serviços, espaços para startups, entre outros”, alerta.
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