As taxas Euribor continuam a aumentar, encontrando-se já em níveis de 2008. Um cenário que se tenderá a manter com as constantes subidas das taxas de juro diretoras, por parte do Banco Central Europeu (BCE). Uma má notícia, portanto, para quem pediu dinheiro emprestado ao banco para comprar casa, com taxa variável, visto que a prestação está a escalar. A transferência do crédito habitação para outro banco pode ser, nesse sentido, uma opção a ter em conta. E a oferta do EuroBIC pode ser aliciante. Explicamos tudo na rubrica Crédito Habitação do Mês (de abril).
Tal como escrevemos neste artigo, na atual conjuntura, quem tem crédito habitação e está confrontado com o aumento das taxas de juro estará a avaliar formas de reduzir o seu impacto. Uma das hipóteses em cima da mesa passa por consultar o mercado e avaliar outras ofertas, como por exemplo equacionar transferir o empréstimo, isto porque se se atualizar as condições do empréstimo será possível poupar milhares de euros em juros associados ao financiamento.
No caso concreto do EuroBIC, são apresentadas condições para transferências de crédito com solução de taxa variável com spread a partir de 0,75%. Há ainda a possibilidade da Taxa Anual de Encargos Efetivos Globais (TAEG) chegar aos 4,4% (com máxima vinculação). A TAEG é, de resto, umas das siglas mais importantes a ter em conta aquando da contratação de um crédito habitação, porque reflete, em termos anuais, os custos totais do financiamento, incluindo, além dos juros, outras despesas associadas, como seguros e comissões.
O EuroBIC, tratando-se da transferência de um crédito habitação, financia até um montante mínimo de 50.000 euros. Já o prazo máximo do financiamento é de 30 anos, havendo um limite de idade que é de 75 anos.
Importa ainda referir que o EuroBIC suporta os custos de transferência bancária, como por exemplo a avaliação, a comissão de processo e as despesas com a celebração de contrato.
Taxas Euribor sempre a subir – e prestação também
A maioria dos créditos indexados à Euribor a três e seis meses ainda estão com indexante inferior ao que tinham quando foram contratados. A garantia foi dada, recentemente, pelo governador do Banco de Portugal (BdP) na audição da Comissão de Orçamento e Finanças sobre a atuação da banca na comercialização ou pedidos de renegociação de crédito habitação e desajustamento dos juros nos depósitos a prazo. Segundo Mário Centeno, o pico das taxas de juro chegará em agosto.
Considerando que a situação atual é "desafiante", devido à forma rápida como a subida das taxas de juro se tem transposto para os indexantes da generalidade dos créditos habitação, Centeno referiu que 75% dos contratos indexados à Euribor a três meses e 69% dos indexados a seis meses "têm um indexante inferior ao indexante utilizado no contrato inicial". Já no caso dos indexados à Euribor a 12 meses esta situação contempla 34% dos contratos.
Porém, adiantou, enquanto no caso da Euribor a 12 meses, o valor máximo do indexante já terá atingido o pico em fevereiro, os contratos indexados a três e seis meses "apenas atingirão os seus máximos durante os meses do verão deste ano". Em causa estão 70% dos contratos de crédito habitação, tendo em conta que atualmente 40% dos contratos utiliza Euribor a seis meses, 30% a três meses e 30% a 12 meses.
Montante concedido em novos créditos cai em fevereiro
Em fevereiro de 2023, de acordo com os dados mais recentes do BdP, foram concedidos 1.351 milhões de euros em novos créditos habitação, menos 2,5% que em janeiro, quando foram concedidos 1.386 milhões de euros em novos empréstimos para comprar casa.
Já em termos homólogos, face a fevereiro de 2022, foram concedidos mais 78 milhões de euros em crédito habitação, o que representa um aumento homólogo de 6%.
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