Em março, o montante concedido pelos bancos em novos contratos de crédito habitação aumentou 265 milhões de euros face ao mês anterior, para 1.951 milhões de euros, sendo este o segundo valor mais elevado da série histórica (com início em dezembro de 2014), segundo dados divulgados esta terça-feira (6 de maio de 2025) pelo Banco de Portugal (BdP). Mais de metade deste montante (56%) é relativo a novos contratos celebrados por pessoas com menos de 35 anos, que beneficiam, assim, dos incentivos do Governo à compra da primeira casa. Já a taxa de juro média dos novos empréstimos, que incluem renegociações, voltou a descer: fixou-se em 3,11%, o valor mais baixo desde novembro de 2022.
“Na finalidade habitação, o montante de novos contratos aumentou 265 milhões de euros, para 1.951 milhões de euros, o segundo valor mais elevado da série histórica (com início em dezembro de 2014)”, indica o BdP, salientando que as novas operações de empréstimos incluem contratos novos e renegociados.
De referir que o montante concedido pelos bancos em novos contratos de crédito habitação em março, os já referidos 1.951 milhões de euros, é o segundo mais elevado desde pelo menos dezembro de 2014. O pico foi atingindo em dezembro do ano passado (2.089 milhões de euros).
A impulsionar este crescimento está a garantia pública, que está a acelerar o crédito concedido aos jovens para a compra de casa, bem como as isenções de IMT e Imposto de Selo. “O crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 56% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em março (excluindo os novos contratos para consolidação de crédito e as transferências de crédito para outra instituição), um peso dois pontos percentuais (p.p.) acima do observado para fevereiro”, lê-se na nota.
“As renegociações de crédito foram de 471 milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 35 milhões em relação a fevereiro”, acrescenta o supervisor bancário.
Taxa de juro média dos novos contratos sempre a cair
No que diz respeito à taxa de juro média das novas operações de crédito habitação, desceu de 3,18% em fevereiro para 3,11% em março, o valor mais baixo desde dezembro de 2022.
Uma descida observada “quer nos novos contratos, quer nos contratos renegociados, cujas taxas médias se reduziram 0,05 p.p. e 0,10 p.p., fixando-se em 3,05% e 3,39%, respetivamente”, sinaliza a entidade liderada por Mário Centeno.
Destaque ainda para o facto de no mês em análise, março, a maioria (71%) dos novos empréstimos à habitação terem sido contratados a taxa mista, ou seja, com taxa de juro fixa num período inicial do contrato, seguido de um período com taxa de juro variável.
“O peso dos contratos a taxa mista manteve-se estável relativamente a fevereiro. Em março, os contratos a taxa mista representavam 36% do stock de crédito habitação”, explica o BdP.
Juros dos depósitos em queda há 15 meses seguidos
Relativamente à taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares, diminuiu pelo 15º mês consecutivo, passando de 1,83% em fevereiro para 1,69% em março.
“O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares aumentou 1.230 milhões de euros, totalizando 12.909 milhões de euros”, esclarece o regulador.
“Nos novos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa de juro média diminuiu 0,14 p.p., para 1,70%. Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 95% dos novos depósitos em março. A remuneração média dos novos depósitos de um a dois anos diminuiu 0,14 p.p., fixando-se em 1,44%. No sentido oposto, a remuneração média dos novos depósitos a mais de dois anos aumentou 0,32 p.p., atingindo os 1,51%”, informa o BdP.
Acompanha toda a informação imobiliária e os relatórios de dados mais atuais nas nossas newsletters diária e semanal. Também podes acompanhar o mercado imobiliário de luxo com a nossa newsletter mensal de luxo.
Para poder comentar deves entrar na tua conta