Capital e Invicta têm maior oferta de casas para arrendar. Municípios periféricos às duas cidades lideram procura, revela idealista.
Procura de casas para arrendar em Portugal
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Viver junto aos grandes centros urbanos, onde há rendas mais acessíveis, continua a ser o foco da pesquisa no arrendamento habitacional em Portugal. Prova disso é que os concelhos periféricos a Lisboa (como Barreiro, Vila Franca de Xira e Amadora) continuam a lidar o top 50 dos municípios mais procurados para arrendar casa no segundo trimestre de 2025. Fora deste ranking está mesmo Lisboa e Porto, onde a pressão da procura está mais dispersa pela oferta de casas para arrendar existente, revelam os dados do idealista/data.

Ao analisar os 50 municípios mais procurados para arrendar casa em Portugal – e com uma oferta igual ou superior a 35 imóveis anunciados no segundo trimestre de 2025 -, saltam à vista duas grandes ausências: Lisboa e Porto, que estão na 65.ª e 81.ª posições, respetivamente.

Mas porque é que a pressão da procura no arrendamento nas duas maiores cidades do país não está entre as mais elevadas? Afinal, Lisboa e Porto são os municípios com maior oferta de casas para arrendar, contabilizando-se quase 15.000 imóveis na capital e cerca de 10.000 na Invicta neste período. Estes dados sugerem, assim, que a procura de casas para arrendar está mais dispersa pela oferta existente, não sendo por isso tão elevada. 

Mais: Lisboa tem das maiores rendas medianas a nível nacional (1.751 euros mensais), o que afasta as famílias de arrendar casa na capital e leva-as a olhar para os municípios periféricos, onde o custo do arrendamento é mais baixo. É o caso do Barreiro, Vila Franca de Xira e Amadora, que compõem o top 3 da procura, com rendas iguais ou inferiores a 1.200 euros mensais.

Já o Porto apresenta uma renda mediana bem mais acessível (1.216 euros/mês) que a capital portuguesa, mas bem superior ao preço das casas para arrendar nos cinco municípios periféricos à Invicta que surgem no top 50 dos mais procurados: Paredes (968 euros/mês), Penafiel (760 euros/mês), Gondomar (1.005 euros/mês), Maia (1.012 euros/mês) e Valongo (1.026 euros/mês).

Os dados mais recentes do idealista/data sugerem, assim, que a tendência de procurar casas para arrendar nos concelhos periféricos de Lisboa e Porto continua a verificar-se em Portugal no segundo trimestre de 2025, uma vez que apresentam preços das casas para arrendar mais acessíveis que nos centros urbanos (embora tendam a subir por efeito contágio). De referir ainda que o mercado de arrendamento em Portugal tem vindo a arrefecer desde o início do ano  - nestas metrópoles inclusive - perante a maior atratividade no mercado de compra e venda (juros baixos e novos apoios para os jovens comprarem casa).

Onde é mais barato arrendar casa entre os 50 municípios mais procurados?

Os concelhos periféricos a Lisboa dominam, portanto, os primeiros lugares da procura de casas para arrendar. À medida que descemos no ranking observa-se uma diversificação geográfica para os municípios junto ao Porto e Faro, bem como para outras localizações de norte a sul e ilhas. Só a Grande Lisboa possui 15 concelhos nesta lista.

Os preços variam muito entre os 50 municípios mais procurados para arrendar casa: começam nos 582 euros mensais na Covilhã (29.ª posição na procura), chegando mesmo a 1.778 euros em Palmela, Setúbal (47.º lugar), revelam os mesmos dados.

A maioria dos 50 municípios com os mercados de arrendamento mais atrativos apresenta preços superiores a 1.000 euros mensais (um total de 29 concelhos). Destes, oito registam mesmo rendas acima de 1.500 euros (Palmela, Albufeira, Lagos, Sintra, Oeiras, Funchal, Faro e Olhão).

Mas contam-se também 21 municípios com rendas abaixo do patamar dos 1.000 euros e, destes, cinco com rendas medianas iguais ou inferiores a 750 euros mensais: Covilhã, Bragança, Chaves, Castelo Branco e Figueira da Foz.

Metodologia

Calculámos o ranking dos 50 municípios mais procurados durante o segundo trimestre de 2025, entre os que apresentaram uma oferta igual ou superior a 35 anúncios de casas para arrendar no idealista (o marketplace imobiliário do sul da Europa). Depois, foram também analisados os preços medianos dos 50 municípios mais procurados para arrendar casa em Portugal.

Utilizando os dados de comportamento dos utilizadores do idealista, recolhemos o indicador de pressão da procura relativa sobre a oferta. Este indicador baseia-se no número de ‘leads’ (contactos por email, apresentação de ofertas e imóveis guardados em favoritos) recebidos por anúncio no idealista. Por um lado, os ‘leads’ mostram a procura de habitação por parte dos utilizadores. Por outro lado, o número de anúncios mede a oferta habitacional disponível no portal. Desta forma, o indicador sintetiza a pressão da procura de casas para arrendar sobre a oferta em cada município de Portugal, servindo, assim, para medir situações de aquecimento ou arrefecimento do mercado quando a procura relativa é mais alta ou baixa, respetivamente. 

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