Esta subida de preços é impulsionada pela crescente procura pela zona ao longo do ano e pelo crescimento do teletrabalho.
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Alpes
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Cátia Colaço
Cátia Colaço (Colaborador do idealista news)

O preço do imobiliário de luxo na região dos Alpes tem contrariado a desaceleração global deste segmento do mercado, registando um aumento médio de 23% nos últimos cinco anos. Esta é uma das principais conclusões do mais recente relatório da Knight Frank, parceira da Quintela e Penalva. 

O relatório, que monitoriza 24 estâncias alpinas, centra-se em duas diferentes realidades, a dos mercados onde os preços dos imóveis mais valorizam e a dos que apresentam o metro quadrado mais caro.

De acordo com o The Alpine Property Report 2026, o aumento de 23% registado no mercado imobiliário de luxo dos Alpes europeus deve-se, sobretudo, à crescente procura por este destino ao longo de todo ano, pelo crescimento do trabalho remoto, assim como pelo interesse renovado em viver permanentemente nas montanhas.

A localidade suíça de Andermatt lidera o Índice Imobiliário Alpino da Knight Frank, registando um crescimento de 14,6%, seguindo-se a igualmente suíça Davos (10,5%). Já a italiana Cortina d’Ampezzo (10%) encerra o pódio. O relatório revela também que 73% dos indivíduos com elevado património líquido (HNWIs) inquiridos consideram viver nos Alpes a tempo inteiro, algo que se justifica pela maior valorização do bem-estar, natureza e comunidade e que lhes é possível graças à flexibilidade laboral.

As principais conclusões do relatório são:

  • Mercado alpino em alta: aumento de 23% do valor das casas de luxo nas regiões alpinas nos últimos cinco anos;
  • Andermatt em destaque: esta localidade suíça regista uma valorização anual de 14,6% e lidera o Índice Alpino Knight Frank, graças às isenções nas restrições de propriedade estrangeira;
  • Efeito Olímpico em Cortina d’Ampezzo: nesta localidade italiana os preços sobem 10% num ano, já em antecipação aos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, embora se mantenha abaixo de St. Moritz entre 30% a 40%;
  • Mudanças regulatórias: em Chamonix, a nova regra “um entra, um sai” leva a limitações na oferta, o que valoriza os imóveis com direitos de desenvolvimento;
  • Sustentabilidade em foco: quase metade dos compradores vê a resiliência climática como um fator decisivo de compra; as localidades francesas de Val Thorens e Val d’Isère e a suíça Zermatt lideram o Índice de Sustentabilidade Alpina Knight Frank;
  • Vida alpina durante todo o ano: nos últimos dois anos, as vendas de passes de teleférico cresceram 46%, o que revela o aumento da atratividade dos Alpes durante o verão;
  • Destinos mais caros: a localidade suíça de Gstaad destaca-se no topo do ranking, seguindo-se a igualmente suíça St. Moritz e a francesa Courchevel 1850.

“O mercado imobiliário alpino transformou-se de um refúgio sazonal num santuário durante todo o ano. O aumento de residentes permanentes, aliado ao crescimento do turismo de verão, está a redefinir o significado de possuir uma casa nas montanhas.  Enquanto outros mercados residenciais de luxo estabilizam, os Alpes continuam a oferecer tanto estilo de vida como resiliência de capital a longo prazo. As mudanças regulatórias e os Jogos Olímpicos de 2026 estão a criar dinâmicas que os investidores não podem ignorar”, comenta, em comunicado, Alex Koch de Gooreynd, da Knight Frank.

O relatório da Knight Frank, que analisa as tendências de mercado, a evolução dos preços e as perspetivas de investimento nos Alpes, baseia-se em dados de património num inquérito realizado a mais de 570 pessoas com elevado património líquido em 11 países. 

Outra das conclusões do relatório prende-se com o facto de os milionários chineses liderarem as intenções de compra. Seguem-se os americanos e os britânicos, enquanto os compradores de países como Bélgica, Suíça e Itália apresentam uma maior percentagem de indecisos. Já no que respeita a gerações, 80% dos millennials inquiridos revelam considerar viver nos Alpes a tempo inteiro.

Comprar casa nos Alpes
Foto de Ricardo Gomez Angel na Unsplash

Preferências dos compradores alteram-se

Famosos pelas suas estâncias de esqui, os Alpes têm muito mais para oferecer. É essa a conclusão a que têm chegado os compradores de imobiliário de luxo nos últimos anos, que têm valorizado mais as comodidades relacionadas com a saúde e o bem-estar e procuram, assim, propriedades que oferecem atividades como caminhadas e retiros ao longo de todo o ano.

Prova disso é o facto de se ter registado um “boom” no turismo de verão, com o aumento de 46% dos passes de teleférico de verão em Chamonix em apenas dois anos, superando o crescimento de 17% no inverno, o que impulsionou a procura por imóveis alpinos. A importância do acesso a atividades de verão na escolha de alojamento é destacada por 44% dos compradores. 

As regras mais rigorosas sobre os arrendamentos de curta duração, eficiência energética e planeamento urbano, inclusive o limite no arrendamento de curta duração em Chamonix, também têm impacto, assim como a valorização do dólar e o acesso através de passes como o Ikon e o Epic, que beneficiam os compradores dos EUA, provocando nestes um crescente interesse pelos Alpes.

“A cada mudança, o mercado imobiliário alpino demonstrou resiliência. A procura mantém-se elevada, enquanto a oferta é limitada, apoiada por tendências como o trabalho flexível, o aumento do número de reformados precoces afluentes e o foco crescente na saúde e bem-estar. De facto, os Alpes são cada vez mais vistos como um destino durante todo o ano, com a saúde e o bem-estar a ultrapassarem agora o esqui como principal motivador de estilo de vida para os compradores. Esta mudança reflete a evolução das preferências dos compradores e o apelo mais amplo da vida nos Alpes para além dos desportos de inverno”, explica Kate Everett-Allen, responsável pelas pesquisas relativas ao mercado residencial da Knight Frank.

A união entre luxo e sustentabilidade

O mesmo relatório revela ainda que 50% dos inquiridos dão preferência a propriedades modernas e energeticamente eficientes, com 58% a considerar adquirir imóveis em construção, enquanto comodidades como acesso a pista de esqui e proximidade a passadiços e spas estão entre as mais procuradas. 

Desta forma, cerca de metade dos entrevistados preferem modernidade e propriedades recém-construídas, 22% preferem imóveis a renovar e 28% preferem propriedades com carácter histórico.

“Através da nossa ligação à Knight Frank, proporcionamos aos clientes acesso a propriedades únicas e às melhores oportunidades de investimento nestes mercados, com aconselhamento global, confiança e o rigor que caracterizam a nossa atuação”, indica Jorge Costa, COO da QP|KF.

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