Novos hóspedes do Alojamento Local nos centros urbanos preferem estadias de média duração, revela presidente da ALEP.
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Nómadas digitais
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Lusa
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Os novos hóspedes do Alojamento Local (AL) nos centros urbanos, como Lisboa e Porto, são nómadas digitais, doentes em tratamento, professores, profissionais de saúde ou divorciados, uma forma para tentar diversificar mercados e ultrapassar a crise provocada pela pandemia.

A tendência no Alojamento Local nos centros urbanos, como Porto e Lisboa, é a diversificação de segmentos de mercados que preferem estadias 'mid term' (média e longa duração), como por exemplo os nómadas digitais, doentes em tratamento longos, professores, estudantes e profissionais de saúde, revelou o presidente da Associação de Alojamento Local em Portugal (ALEP), numa entrevista à agência Lusa a propósito do balanço do setor em 2021 e algumas perspetivas para 2022.

Segredo para recuperar negócio no Alojamento Local passa por diversificar além dos turistas clássicos

“O futuro do Alojamento Local passa por diversificar os segmentos de mercado para além do mercado turístico clássico”, assinalou Eduardo Miranda, considerando que a tendência do AL em Portugal vai ser “conciliar o segmento turístico” com o segmento chamado de ‘mid term’ (estadias prolongadas de um a 12 meses), onde se encaixam, por exemplo, profissionais de saúde, doentes com doenças prolongadas que necessitam de fazer tratamentos médicos e precisam do apoio e presença de familiares na mesma habitação.

Alojamento Local
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Os trabalhadores digitais, pessoas divorciadas, ou famílias com obras em casa e que preferem um alojamento local em vez de hotel enquanto aguardam o final da empreitada são outros novos clientes do AL nos centros no Porto e em Lisboa.

Outros segmentos novos no mercado do Alojamento Local, além do turista típico que opta por estadias curtas até no máximo uma semana, estão o segmento empresarial, acrescenta Eduardo Miranda.

O presidente da ALEP destaca que o segmento de duração prolongada como o empresarial traz "acordos com grandes empresas" que estão constantemente a mandar pessoas para determinados destinos ou cidades para fazer trabalhos, como consultoria.

"As multinacionais estão sempre a fazer formação e a desenvolver projectos, e portanto entramos nesse ‘mid term’ corporativo, e isso vem diversificar também bastante as opções”, permitindo aos proprietários de AL não dependerem apenas de um mesmo segmento.

No verão, o AL pode aproveitar mais o turismo, mas quando chega o inverno ir mais para o segmento estudantil, económico ou outros, sustenta.

Regime de ‘mid term' facilita gestão e tem menos custos

“Esses segmentos abriram-se e vão fazer parte de alguma diversificação de clientela. E, portanto, é provável que alguém que faça a gestão de várias propriedades turísticas, possa achar interessante ter alguns em regime de ‘mid term’, outros dedicados ao turismo. O que vai acontecer é que, de acordo com a localização, perfil e tipologia, vão-se adaptar a um segmento ou outro”, explica o presidente da ALEP, referindo que há alguns proprietários que preferem dedicar-se aos mercados de estadia de longa duração, porque têm menos trabalho e menos custos.

Hóspedes de Alojamento Local
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“É muito menos desgastante para eles. (...). Se for no Alojamento Local tradicional a cada quatro dias tem de se fazer uma limpeza, trocar as roupas todas, ver se não há problemas de manutenção, receber o cliente, receber o pagamento dos clientes, resolver os problemas de imediato (…), portanto é muito mais desgastante” e não é “tão rentável como imaginavam”, explica.

Segundo explicou Eduardo Miranda, a lei diz que o AL é um "alojamento temporário, nomeadamente a turistas, ou seja, não tem de ser apenas para turistas, mas pode ser para alguém que esteja a trabalhar, a realizar um projeto noutro país, noutra cidade, uma investigação, mas é uma residência temporária".

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