
As condições parecem favoráveis à concessão de crédito habitação. E há mesmo cada vez mais famílias a recorrer aos bancos para financiar a compra da casa. Em novembro de 2021, os bancos concederam 1.353 milhões de euros em novos créditos habitação, revelam os dados do Banco de Portugal (BdP), divulgados esta quarta-feira (5 de janeiro de 2022). Este valor representa uma subida de 7,1% face ao valor concedido em outubro (1.263 milhões de euros) e um crescimento de 21,6% face ao mês homólogo (1.113 milhões de euros).
O valor de novos empréstimos para comprar casa voltou a subir e, olhando para os dados dos últimos dez anos, este valor só é mesmo superado pelos créditos concedido nos meses de julho de 2021 (1.385 milhões de euros) e março de 2021 (1.382 milhões de euros), mostram os dados agora divulgados pelo BdP.
Em 2021, a compra de casa com recurso a novos empréstimos bancários está mesmo em alta: os dados do BdP também mostram que o montante emprestado pelos bancos entre janeiro e novembro do ano passado (13.773 milhões) foi 35% superior ao registado nos primeiros 11 meses de 2020 (10.186 milhões).
Já a taxa de juro média subiu para 0,83% em novembro, “acompanhando a evolução da Euribor a 12 meses, indexante mais utilizado no crédito à habitação” nos novos contratos, refere o regulador liderado por Mário Centeno. Em concreto, registou uma subida de 0,01 pontos percentuais face a outubro.
Novos empréstimos a particulares em alta
Os financiamentos para comprar casa representam 65,6% do total de novos empréstimos concedidos a particulares, que alcançou os 2.061 milhões de euros em novembro. Este valor representa um aumento de 9,5% face ao montante emprestado em outubro e de 24% face ao valor concedido em novembro de 2020.
Os outros 34% dos empréstimos concedidos em novembro a particulares destinam-se ao consumo (459 milhões de euros) e para outros fins (248 milhões de euros).
No total, entre janeiro e novembro, os bancos emprestaram aos particulares 20.315 milhões de euros, mais 26% que no mesmo período de 2020.
A taxa de juro média dos novos empréstimos ao consumo desceu para 6,59% em novembro, isto é, menos 0,06 p.p. face a outubro.

Créditos às empresas a crescer
Em novembro, o montante de novos empréstimos concedidos pelos bancos às empresas aumentou 236 milhões de euros, para 2.620 milhões, dos quais 55% corresponderam a empréstimos de montante igual ou inferior a um milhão de euros. Face a outubro este montante aumentou 9,9% e face ao mês homólogo subiu 32%.
O montante emprestado em novembro às empresas só foi superado pelo concedido nos meses de maio (2.725 milhões de euros) e julho (2.655 milhões de euros).
A taxa de juro média dos novos empréstimos a empresas desceu para 1,95%, abaixo do registado em outubro de 2021 (2,09%) e em novembro de 2020 (1,99%). "Este movimento foi comum às duas classes de montantes: a taxa de juro dos novos empréstimos de montante inferior ou igual a um milhão de euros diminuiu para 2,21% e a taxa de juro dos empréstimos de montante superior a um milhão de euros desceu para 1,62%”, esclareceu o regulador.

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