Banco de Portugal prevê ainda diminuição da procura "mais acentuada no segmento da habitação” para o final do ano.
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Lusa
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A procura de empréstimos para a compra de casa registou, no terceiro trimestre deste ano, uma “ligeira diminuição”, segundo os resultados do Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal (BdP), divulgados esta terça-feira, 25 de outubro de 2022. 

Assim, no que diz respeito à procura, o inquérito concluiu que, no segmento de procura de empréstimos por parte de particulares, houve uma “ligeira diminuição, em particular para aquisição de habitação”, apontando, “a confiança dos consumidores, as perspetivas para o mercado da habitação e, em menor grau, o nível geral das taxas de juro” como fatores que “contribuíram ligeiramente para reduzir a procura de crédito habitação”, sendo que “no crédito ao consumo e outros fins, a confiança dos consumidores contribuiu ligeiramente para diminuir a procura”.

Também a procura por parte de empresas apresentou uma “ligeira diminuição, transversal às diferentes dimensões de empresas e em empréstimos de longo prazo”, tendo em conta “a redução das necessidades de financiamento de investimento e o nível geral das taxas de juro” que “contribuíram para a diminuição da procura de crédito por empresas, parcialmente compensada pelo aumento das necessidades de financiamento de existências e de fundo de maneio”.

BdP prevê critérios mais restritivos no crédito da casa

Segundo o BdP, para o último trimestre do ano as estimativas apontam para “uma diminuição da procura, mais evidente nas grandes empresas e em empréstimos de longo prazo; em sentido contrário, ligeiro aumento da procura de empréstimos de curto prazo” e “nos particulares, diminuição da procura de crédito, mais acentuada no segmento da habitação”.

Do lado da oferta, o BdP concluiu que, nos critérios de concessão de crédito às empresas, estes estão “ligeiramente mais restritivos sobretudo em empréstimos de longo prazo a PME tal como nos particulares, para os quais estão “ligeiramente mais restritivos no crédito habitação e sem alterações no crédito ao consumo e outros fins”.

Segundo o banco central, “nas empresas, a perceção de riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais e de empresas ou setores de atividade específicos contribuíram para tornar os critérios de concessão de crédito mais restritivos”.

Quanto aos termos e condições do crédito, no crédito a empresas, houve um “ligeiro aumento do 'spread' aplicado nos empréstimos de maior risco e condições ligeiramente mais restritivas no que respeita a garantias exigidas, montante e maturidade do empréstimo”, sendo que no crédito a particulares os termos e condições não sofreram alterações. Também neste caso, “a perceção de riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais e de empresas ou setores específicos contribuíram para tornar os termos e condições de novos empréstimos a empresas mais restritivos”, referiu.

Para o quarto trimestre, a expectativa é que os critérios de concessão de crédito sejam “mais restritivos para empresas (especialmente para PME e em empréstimos de longo prazo) e ligeiramente mais restritivos para particulares”.

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