
No primeiro semestre de 2021, os consumidores contrataram 2,7 milhões de euros por dia em crédito ao consumo concedido só através de cartões de crédito e linhas a descoberto, num total de 501 milhões de euros. Na totalidade dos novos créditos ao consumo, os portugueses endividaram-se em 16,6 milhões de euros por dia, segundo dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP). Números mostram que as famílias estão a endividar-se mais, havendo mais agregados a recorrer a este tipo de empréstimos para pagar despesas.
Segundo o Dinheiro Vivo, que se apoia nos dados do BdP, foi ainda contratado em crédito pessoal sem finalidade específica um montante na ordem dos 1.256 milhões de euros, o que significa que, ao todo, em crédito pessoal sem finalidade definida, cartões de crédito e linhas a descoberto, os consumidores endividaram-se em 1.757 milhões de euros na primeira metade do ano, um valor superior ao registado no período homólogo – dá uma média de 9,7 milhões de euros por dia.
Para a Deco – Associação para Defesa do Consumidor não há dúvidas de que há mais famílias a recorrer a este tipo de crédito para conseguirem pagar dívidas e despesas da casa. A associação teme que este tipo de endividamentos dispare em breve, quando terminarem as moratórias públicas no crédito à habitação, em setembro.
“É previsível que estes números tendam a aumentar no próximo trimestre quando as famílias retomarem o pagamento da prestação do crédito à habitação”, disse Elisabete Policarpo, jurista do Gabinete de Proteção Financeiro da Deco, citada pela publicação. “Muitas famílias já estão a recorrer ao crédito fácil – cartões de crédito e linhas a descoberto – para pagarem as suas despesas da casa”, acrescentou.
De referir que o Parlamento aprovou o prolongamento das moratórias para o final de dezembro, mas a medida só terá validade se for validada pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na designação inglesa). O Presidente da República promulgou o decreto da Assembleia da República que prolonga o período de moratórias mesmo sabendo que não existe autorização da EBA, recorda a publicação.
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