A inflação em Portugal e na europa é um tema na ordem do dia. Já se sente os preços de vários produtos e serviços a subir, desde a renda da casa à fatura da luz passando pelos transportes. Mas, afinal, como é que a inflação vai mexer com a carteira dos portugueses? Onde se vai sentir mais? E menos? Contamos tudo.
Na União Europeia (UE) a inflação já passou a barreira dos 4% em outubro e está a subir há quatro meses consecutivos, segundo mostram os dados do Eurostat. Nesta matéria, Portugal está na cauda da europa, mas também tem visto a inflação a acelerar. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 2,6% em novembro face aos 1,8% registados em outubro. Agora, resta saber em que setores a inflação vai ser mais sentida em território nacional.
Alimentos mais caros em 2022Foto de Alexander Suhorucov en Pexels
Renda da casa a aumentar em 2022
No segmento da habitação, tem-se verificado um ligeiro aumento das rendas das casas na reta final do ano. Segundo os dados do INE, as rendas das casas por metro quadrado aumentaram 1,9% em novembro face ao mesmo mês de 2020. E em 2022? As previsões apontam para que o valor das rendas suba 0,43% já no próximo ano, isto é, cerca de 43 cêntimos por cada 100 euros de renda. Este valor serve de base ao coeficiente utilizado para a atualização anual das rendas para o próximo ano, pelo que os senhorios podem aproveitar a ocasião para fazê-lo.
Faturas da luz e gás a subir
A escalada do preço da eletricidade no mercado grossista ibérico parece não ter fim à vista – os valores estão mesmo a bater todos os recordes. As previsões apontam que este cenário terá impacto no bolso dos portugueses já no próximo ano. De acordo com a ERSE, o preço da luz para os consumidores do mercado regulado vai subir 0,2% a partir de 1 de janeiro de 2022.
Também os preços da botija de gás tem estado a subir e também atingiram recordes no final do ano, escreve o ECO. E, por isso, tudo indica que os valores possam voltar a encarecer já no próximo ano.
Preço das telecomunicações pode dar o salto
As operadoras de telecomunicações estão a aguardar as políticas de preços do próximo ano para rever – ou não – os valores tabelados dos seus serviços. A Meo já se antecipou ao avançar que vai mesmo aumentar o preço base das mensalidades em 50 cêntimos já a partir de 1 de janeiro. Também são esperados que o 5G venha a ter custos adicionais nas faturas dos consumidores ao longo de 2022.
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Bens alimentares mais caros
Os consumidores vão ver os preços dos bens alimentares subir no próximo ano, sobretudo devido ao aumento dos preços dos combustíveis. E já se sente o impacto da inflação em alguns produtos, como é o caso do bacalhau (preço aumentou 10%) e do azeite (+7%). Também é esperado o aumento do preço do pão e de algumas carnes (como vitela), refere o mesmo meio.
Preço da roupa a subir
Também a roupa vai aumentar em 2022, devido aos custos de produção. Dois terços das empresas do setor da moda preveem aumentar os preços em 3% e cerca de 15% vai subir os preços do vestuário em 10% ou mais, segundo o relatório da McKinsey e da Business of Fashion (BoF) citado pela publicação.
Papel: preço vai aumentar
O preço do papel de impressão vai subir já em 2022. Isto porque a Navigator Company anunciou o aumento dos preços do papel de impressão e escrita não revestido entre 10% e 15% a partir de 3 de janeiro, escreve o ECO.
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Pagar mais por títulos de transporte
Os cidadãos que viajam nos serviços da Transportes Metropolitanos de Lisboa vão sentir o impacto da inflação na carteira: o preço dos títulos de transporte deverá aumentar 0,57%. Já os passes mensais dos transportes públicos na Grande Lisboa vão manter-se inalterados.
Carros em segunda mão mais caros
O setor automóvel atravessa a crise dos ‘chips’ o que está a atrasar a entrega de carros novos no mercado. E, com a procura a manter-se, os carros em segunda mão estão a sair valorizados, podendo mesmo chegar a ter aumentos na ordem dos 20%.
Portagens sobem e Via verde vai mudar em 2022
Também é esperado um aumento do preço das portagens. Isto porque a taxa de variação homóloga do índice de preços no consumidor, excluindo os preços da habitação fixou-se em 1,84% em outubro – este é o indicador que serve de referência para as concessionárias. São esperados aumentos também nas tarifas das pontes sobre o Tejo.
Há novidades para os clientes da Via Verde: a partir de 5 de janeiro de 2022 vai passar a existir um serviço só para pagar portagens com fatura eletrónica que ficará a 49 cêntimos por mês ou 5,75 euros por ano – se quiseres fatura em papel fica mais caro. Para os outros serviços terás de subscrever a Via Verde Mobilidade e pagar mais a partir de dia 1 de abril: 99 cêntimos por mês ou 11,65 euros por ano (no caso da fatura eletrónica), refere a mesma publicação. Note-se que os atuais clientes vão transitar automaticamente para a nova modalidade e se não quiserem o novo serviço têm de comunicar à empresa.
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Medicamentos: como vai evoluir o preço?
Foi criado pelo Governo um mecanismo-travão para evitar ruturas de stock de medicamentos no mercado. Vai entrar em vigor já em 2022 para que as farmacêuticas não deixem de produzir os medicamentos com tendência de descida de preço.
Aumentos na saúde
No que diz respeito ao setor da saúde, também há aumentos previstos. O subsistema de saúde dos funcionários público (ADSE) já reviu alguns preços nas tabelas e as mudanças vão entrar em vigor já em 2022.
Além disso, também é esperado um aumento nas apólices dos seguros de saúde, devido ao aumento dos custos no privado, desde as matérias-primas aos recursos humanos.
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