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Residências universitárias: investidores à procura de edifícios para reabilitar em Lisboa

Há um novo nicho de mercado a ganhar força no imobiliário em Portugal, e em particular em Lisboa, que são residências para estudantes. Devido ao aumento da procura, duração dos contratos e consequente segurança na rentabilidade, este segmento começa a abrir o apetite dos investidores estrangeiros, cujo objetivo é reabilitar edifícios em zonas centrais da capital para acolher os mais de 15 mil estudantes estrangeiros na cidade (dentro de um total nacional de 35 mil, um crescimento de quase 75% em cinco anos).

Com base num levantamento de mercado feito pela consultora JLL para um conjunto de investidores europeus (ingleses, franceses e alemães), Expresso diz que o nosso mercado é pouco estruturado, sem escala ou dimensão, para acolher um número crescente de estudantes que vêm de todas as partes do mundo fazer Erasmus, MBA ou pós-graduações nas bem cotadas universidades portuguesas.

"E são estes que interessam aos investidores que nos estão a procurar, a grande maioria instalados há anos em mercados muito maduros como é o caso do Reino Unido e da França, e a funcionarem com bastante sucesso", explica Maria Empis, diretora do Departamento de Consultoria Estratégica da consultora imobiliária JLL ao jornal, acrescentando que estas empresas querem posicionar-se "no segmento das residências de alta qualidade, onde os preços sobem facilmente para valores a partir dos 600 euros, o que está fora dos preços pagos pelos estudantes nacionais".

Lisboa concentra 15 mil destes 34 mil jovens estrangeiros, uma boa parte deles com capacidade financeira para ir além dos valores entre os 300 euros e os 350 euros, que são habitualmente cobrados no enorme mercado paralelo.    

Residências que existem agora em Lisboa sempre lotadas

O estudo que incidiu, para já, só em Lisboa, mostra que na cidade existem apenas quatro operadores privados com uma oferta estruturada, ou seja, gerem vários edifícios de forma organizada e especificamente para este fim. Em causa estão a Doorm, que gere uma capacidade para 90 alunos na Calçada do Combro, a Nine Student Living, no Campo Pequeno (50 camas), a Uhub com residências na Almirante Reis, Picoas e brevemente em Alvalade (atualmente com 60 camas) e a Spru, a mais antiga, localizada perto da Rua Augusta e que acolhe atualmente 80 alunos.  

 "Estas residências estão sempre lotadas. Estamos a falar de um total de 300 camas, o que mostra quão pequeno é ainda este mercado", diz Maria Empis.   

As rentabilidades, refere o Expresso, rondam em média os 4% a 5% mas ganhando escala podem facilmente duplicar para os 8% a 9%. "E os investidores estrangeiros já perceberam que aqui encontram ainda muitos edifícios por reabilitar, a bom preço, que lhes conferem a escala de que necessitam".

As zonas da Almirante Reis e Alvalade, entre outras, estão neste momento em análise. Tal como a zona de Santos/Cais do Sodré, mas aqui, diz a responsável da JLL, "os preços do metro quadrado para reabilitar já estão muito elevados".  

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