Guerra na Ucrânia, subida da inflação, aumento dos juros, diminuição do poder de compra. Estes e outros fatores terão contribuído para que a criação de novas empresas tenha caído em abril, pondo ponto final num ciclo de crescimento que durava há seis meses. Em termos globais, ou seja, comparando os primeiros quatro meses de 2022 com o mesmo período do ano passado, verificou-se, no entanto, um aumento de 21%, tendo sido criadas 17.282 novas empresas. O setor das Atividades Imobiliárias foi um dos que mais contribuiu para este cenário, havendo agora mais 409 companhias que há um ano, o que representa uma subida de 27%.
“Abril foi o primeiro mês desde outubro de 2021 em que a criação de novas empresas cai face ao período homólogo. Esta descida foi concentrada na região Norte (-322 constituições), que corresponde a cerca de 70% do total da queda verificada, e com grande contribuição do setor do Retalho”, revela em comunicado a Informa D&B.
Os dados permitem ainda concluir que entre janeiro e abril de 2022 quase todos os setores registam uma subida na criação de empresas face aos quatro primeiros meses do ano passado. Estes foram os setores que mais cresceram:
- Serviços Gerais (+673 constituições, +38%);
- Transportes (+564 constituições, +102%);
- Alojamento e Restauração (+515 constituições, +45%);
- Serviços Empresariais (+513 constituições, +21%);
- Atividades Imobiliárias (+409 constituições, +27%).
“O único setor a sofrer uma queda é o Retalho, uma descida que já vinha do mês anterior e que se acentuou em abril, com menos 17% de novas empresas, e na qual pesaram especialmente os subsetores do Retalho de Têxtil e Moda, Generalista, Alimentar e Outros”, lê-se na nota.
Segundo a Informa D&B, a subida de nascimentos em 2022 é transversal a todas as regiões e distritos, com destaque para a Área Metropolitana de Lisboa (+1.866 constituições, +39%).
Crescem menos empresas que no período pré-pandemia
De referir, no entanto, que o aumento do nascimento de empresas verificado nos primeiros quatro meses de 2022 é ainda inferior ao registado no período pré-pandemia Covid-19, encontrando-se 14% abaixo do verificado entre janeiro e abril de 2019.
“Apenas três setores superam os valores de 2019: Atividades Imobiliárias (+18%), Tecnologias de Informação e Comunicação (+18%) e Agricultura e outros recursos naturais (+0,8%)”, conclui a Informa D&B.
Há menos empresas a fechar e insolvências
Entre janeiro e abril de 2022, encerraram 4.130 empresas, menos 0,6% (menos 23 empresas) que no período homólogo. A maioria dos setores de atividade registam valores de encerramento inferiores a 2021.
No que diz respeito às insolvências, nos quatro primeiros meses de 2022, 550 empresas iniciaram um processo de insolvência, valor que representa uma descida 26% face a 2021 (menos 194 novos processos), mantendo assim a descida ocorrida em 2021.
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