Um ano depois de ter entrado em Portugal, e menos de um mês após anunciar que ia expandir a atividade no mercado nacional, a Casavo - plataforma italiana digital para o mercado residencial que adquire imóveis diretamente e em sete dias - decidiu “suspender aquisições de imóveis e novos negócios” no país, bem como “em algumas cidades europeias”. Um processo que irá decorrer “ao longo dos próximos meses” e que se deve às “condições difíceis no mercado imobiliário global”, revela ao idealista/news Francisco Sierra, diretor-geral da Casavo na Ibéria.
Neste contexto, a Casavo decidiu redefinir a sua estratégia e focar a aposta nos seus principais mercados: Milão, Roma, Turim, Madrid, Barcelona e Paris - ou seja, Lisboa fica de fora, bem como outros destinos em Portugal.
“A reestruturação da Casavo irá impactar cerca de 30% da sua equipa em Itália, Espanha e Portugal, o que equivale a 180 dos 500 colaboradores da empresa. Em Portugal, como iremos interromper novas operações, a reestruturação impactará a equipa local de forma faseada ao longo dos próximos meses”, adianta o responsável.
"A reestruturação da Casavo irá impactar cerca de 30% da sua equipa em Itália, Espanha e Portugal, o que equivale a 180 dos 500 colaboradores da empresa. Em Portugal, como iremos interromper novas operações, a reestruturação impactará a equipa local de forma faseada ao longo dos próximos meses"
Francisco Sierra, diretor-geral da Casavo na Ibéria
Francisco Sierra aproveita ainda para declarar que a empresa está grata pela contribuição de cada pessoa que ajudou a construir a marca em Lisboa, frisando que irá colocar em prática um conjunto de iniciativas para ajudar os colaboradores afetados a regressar ao mercado de trabalho.
Preços das casas devem descer nos próximos tempos
“A Casavo disponibilizará gestores e ferramentas de RH para apoiar os colaboradores afetados e assegurar que os processos são realizados com justiça e transparência em cada passo. Daremos aos colaboradores compensações de saída justas, cuidadosamente definidas de acordo com o tempo na empresa e as especificidades da função e do mercado. Por fim, iremos também ativar a nossa rede para melhorar as oportunidades de realocação de carreira dos nossos colaboradores através de várias iniciativas”, lê-se na nota enviada por escrito ao idealista/news.
A suspensão da atividade da Casavo em Portugal é justificada com as “condições difíceis no mercado imobiliário global”. De acordo com o diretor-geral da Casavo na Ibéria, os tempos de venda das casas tenderão a ser mais longos nos próximos tempos, sendo de esperar que haja “uma redução na procura residencial e, em última análise, uma redução dos preços das casas”.
“Em simultâneo, a inflação e as taxas de juro do crédito habitação mais elevadas criarão potencialmente incerteza adicional para os compradores, e a atual ‘reativação’ dos mercados de ações implica que empresas em crescimento como a Casavo terão significativamente mais restrições na angariação de capital adicional”, conclui.
A Casavo foi fundada em 2017, em Milão, e opera nas cidades italianas de Milão, Roma, Turim, Florença e Bolonha, estando ainda presente em Madrid e Barcelona (Espanha). Em Portugal, tem escritório em Lisboa e anunciou no início deste ano que tinha intenções de se expandir para Oeiras e Cascais.
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