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Está lançada a terceira “pedra” do mega empreendimento Prata Riverside Village, que está a nascer em Marvila, na “SoHo” lisboeta. O Lote 1 vai juntar-se aos Lotes 8 (já construído) e 7 (em construção), de um total de 12 edifícios que deverão nascer naquela zona até 2023. O novo lote será composto por 107 apartamentos, mas traz novidades.

A promotora decidiu “cortar” no tamanho das casas, apostando em tipologias mais pequenas e preparadas para responder às necessidades do mercado. A ideia é simples: atrair para aquela zona não só as famílias, mas também os mais jovens, numa altura em que, para João Cabaça, CEO da VIC Properties, “não há habitação nova em Lisboa”. As obras arrancam este mês, mas cerca de 20% deste lote já está reservado.

Ao todo, o Prata Riverside Village dará cerca de 700 novos apartamentos à zona ribeirinha de Lisboa, num investimento de 400 milhões de euros. Cerca de 79,4% do condomínio será, aliás, para uso habitacional, estando reservados cerca de 20 mil m2 de área comercial nos pisos térreos de todos os lotes, e mais de 7 mil m2 para serviços, que serão geridos em regime de macro-condomínio. Na sessão de apresentação do empreendimento, assinado pelo Pritzker Renzo Piano, o CEO da promotora deixou claro o seu objetivo: “não queremos criar um dormitório, mas um espaço dinâmico, um verdadeiro bairro”.

Braço de Prata para jovens: VIC Properties aposta em casas mais pequenas, à medida dos millennials
O Lote 8, já construído VIC Properties

O Lote 8, já construído e habitado, tem 28 apartamentos, sendo que 61% dos proprietários tem nacionalidade portuguesa. Cerca de metade das 40 casas do Lote 7, cuja construção deverá estar concluída em 2020, também já está vendida. Os preços das casas nestes lotes começam nos 440 mil euros e podem chegar aos 1,9 milhões de euros. No Lote 1, que arranca agora, os preços começam nos 285.000 euros – a promotora decidiu ajustar as tipologias, para que fossem mais acessíveis, por exemplo, para o público jovem. De acordo com João Cabaça, as áreas dos primeiros lotes foram pensadas noutros tempos e já não se encaixam nas métricas e procura atuais.

Projeto concluído dentro de quatro anos

Doze lotes em 4 anos? É esta a meta da promotora imobiliária, que agarrou no projeto no ano passado, e que quer pôr fim aos sucessivos avanços e recuos que o condomínio já sofreu. “Só faz sentido que o projeto nasça assim”, refere Luís Gamboa, COO da Vic Properties. “Assim o mercado continue, que o prazo é realista”, assume o responsável.

Braço de Prata para jovens: VIC Properties aposta em casas mais pequenas, à medida dos millennials
As vistas para o rio idealista/news

Aos parques infantis, ciclovias, e 10 hectares de área verde, que incluem o Parque Ribeirinho Oriente (inaugurado para breve), vai juntar-se um centro multiusos (o Lote 10) que terá 2.500 m2. Esse espaço, que irá nascer no centro da praça pedonal que rodeia os edifícios, deverá albergar áreas de lazer, restauração e a venda produtos frescos – ao estilo do Time Out - Mercado da Ribeira, mas sem a componente turística, uma vez que será especialmente dedicado a quem vive ou passa por ali.

O Lote 3, com 1500 m2, vai acolher unidades de fitness, incluindo piscina e/ou SPA, para o condomínio e comunidade visitante, sendo que o Lote 4 será destinado a escritórios e/ou unidades mistas de co-working.

 “Vizinha” Matinha vai trazer mais 2.000 casas

O espaço do projeto vai crescer para mais do dobro contando com o terreno adjacente ao Braço de Prata que a VIC adquiriu em junho. Em conjunto, os dois empreendimentos vão trazer entre 2.300 e 2.500 novas casas ao mercado, das mais variadas tipologias.

Para além da componente residencial, refere a promotora, este projeto integrado compreenderá também um hotel, áreas comerciais e de escritórios, bem como inúmeros outros equipamentos que reforçarão a oferta já instalada no Prata Riverside Village e “que transfigurarão por completo não só as dinâmicas urbanas no eixo Marvila – Parque das Nações e freguesias adjacentes, mas também da própria cidade de Lisboa”.

Braço de Prata para jovens: VIC Properties aposta em casas mais pequenas, à medida dos millennials
Os dois empreendimentos, a poucos metros de distância VIC Properties

Este projeto conta com uma área de implantação de aproximadamente 20 hectares, num total de 260.000 m2 previstos de área de construção acima do solo. As obras nos terrenos da Matinha arrancam já em 2020.

E o que esperar do futuro?

O CEO da VIC Properties confirma ao idealista/news que ainda “há muito capital que continua a querer entrar no país”, ainda que se imponha um desafio, nomeadamente a necessidade de um maior enquadramento legal, uma vez que em termos de captação e abertura de mercado o cenário deverá continuar a ser positivo.

“Acima de tudo, o que eu gostaria de ver era um maior esclarecimento e definição em algumas medidas, por exemplo em termos fiscais, de como é que os capitais estrangeiros são tratados em Portugal, não me refiro aos golden visa, mas a quem investe através de fundos imobiliários, como é que os ganhos são tratados, como funcionam as socimi realmente, são alguns dos pontos que considero pertinentes”, declara.

Para João Cabaça ainda há muito a fazer em termos de obra nova. “Nos últimos 10 anos não foi construído nada, e de facto o que estava a ser construído, hoje é 10 anos mais velho. Muitas vezes quando se fala de nova construção em Portugal, fala-se muito da Expo, mas não nos podemos esquecer que a Expo já tem 20 anos”, ressalva, sublinhando que ainda há muitas oportunidades e “muito para fazer”.

“Acredito que continuaremos a ver mais investidores a vir para o mercado português, a continuação, os bancos com mais capitalização e mais vontade de financiar projetos de criação de valor”, remata o responsável.

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