Investimento na habitação é impulsionado pela procura de estrangeiros. PIB e emprego também deverão crescer, segundo o regulador.
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Chave de casa
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O Banco de Portugal (BdP) já revelou as suas previsões sobre a evolução da economia portuguesa no horizonte 2021-2023 e trouxe boas notícias. O PIB deverá crescer até 2023. E o investimento em habitação também, evoluindo em média 2,9% neste período. As condições parecem favoráveis à retoma da economia, depois de ter sido fortemente golpeada pelos efeitos da pandemia da Covid-19.

Para explicar as suas previsões de crescimento do investimento em habitação, o BdP recorre a dois pontos: primeiro há a “manutenção de condições financeiras favoráveis” e, depois “a procura por parte de não-residentes continua a favorecer este investimento, em contraponto com a moderação no crescimento do rendimento disponível face aos valores pré-pandémicos”.

Estes fatores levam o regulador a considerar que “a habitação mantém-se como um ativo de investimento atrativo, o que poderá ser importante num contexto de acumulação significativa de poupança”, lê-se no Boletim económico de junho 2021 publicado na passada quarta-feira (dia 16 de junho de 2021). Note-se que, segundo as contas do BdP, a queda no consumo privado em 2020 (de 5,9%) traduziu-se num aumento acentuado da taxa de poupança de 7,1% para 12,8%, o máximo desde 2002. Ainda assim, as previsões apontam para uma redução gradual da taxa de poupança dos portugueses até 2023, ano em que deverão atingir níveis próximos dos pré-pandémicos.

Já o consumo privado deverá crescer a um ritmo superior ao do rendimento disponível, aponta o BdP. “O consumo privado cresce 3,3% em 2021 e recupera mais marcadamente em 2022 (4,9%), ano em que retoma os níveis pré-pandémicos”. Já o rendimento disponível real cresce 1,3% em média em 2021-23, em resultado da recuperação do emprego e dos salários, refere ainda no documento.

Poupanças
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PIB e investimento recuperam

Entre 2021 e 2023, a instituição liderada por Mário Centeno revê em alta o crescimento da economia portuguesa, com o PIB a evoluir positivamente 4,8% em 2021, 5,6% em 2022 e 2,4% em 2023. A economia deverá recuperar o nível de 2019 na primeira metade de 2022, revela ainda o BdP em comunicado.

“O perfil do crescimento económico reflete uma reação mais rápida do que esperado ao levantamento das restrições a partir de março”, lê-se no documento. E, segundo o regulador, esta melhoria é extensível à procura externa e ao investimento.

Neste período, o investimento deverá ter um crescimento médio de 7%, segundo as contas do BdP. “A componente empresarial deverá crescer 6,4% em média anual, suportada pelas condições financeiras favoráveis, pelos fundos europeus, pela recuperação da procura e pela gradual redução da incerteza. O investimento público apresenta um crescimento mais elevado, cerca de 20% em média, refletindo a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência, que representa cerca de 30% do investimento público previsto em 2022-23”, revela o boletim.

As exportações apresentam um crescimento de cerca de 14% em 2021-22, com diferenças marcadas entre bens e serviços, aponta o BdP. Enquanto as exportações de bens recuperaram os níveis pré-crise logo na segunda metade do ano de 2020, a recuperação das exportações de serviços será “mais lenta”, ficando mesmo abaixo do nível de 2019 no final do horizonte de projeção, refere o BdP.

No mercado de trabalho, projeta-se um aumento do emprego de 1% em termos médios anuais em 2021-23. A taxa de desemprego aumenta ligeiramente em 2021, para 7,2%, e decresce nos anos seguintes, atingindo 6,8% em 2023. 

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