Encontrar uma casa para viver nem sempre é fácil. E mesmo com as taxas de juro do crédito habitação a atingir mínimos históricos, são muitas as despesas iniciais associadas à compra de casa, além de ser preciso ter poupanças para a entrada. É por isso que arrendar casa acaba por ser uma opção para muitos portugueses, ainda que muitas vezes o gasto mensal seja bem mais alto do que uma prestação. Mas, afinal, quais são os municípios onde arrendar casa é mais barato em Portugal? E mais caro? Contamos tudo, tendo por base os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em Portugal, o mercado de arrendamento deu o salto entre abril e junho de 2021. O número de contratos de arrendamento registou um aumento homólogo de cerca de 50%, alcançando os 20.568. E a renda mediana subiu 11,5% num ano, atingindo os 6,03 euros por metros quadrado (euros/m2). Os dados do INE publicados esta terça-feira, dia 28 de setembro de 2021, mostram, portanto, que o mercado de arrendamento residencial já está a recuperar depois de, no mesmo período do ano passado, ter sido “particularmente afetado pela pandemia” dadas “as medidas de confinamento implementadas para a sua mitigação”.
Onde é mais barato arrendar casa?
No fundo da tabela, há 36 municípios onde as rendas medianas dos novos contratos foram inferiores a 3 euros/m2 no segundo trimestre 2021 – um momento que, note-se, o INE só apurou dados de 195 municípios de um total nacional de 308. E os 10 municípios que apresentam as rendas mais baixas de todas situam-se nas regiões Centro (7) e Norte (3) do país.
Foi no município de Belmonte (Castelo Branco), bem no Centro de Portugal, onde foi registada a renda mediana mais baixa de todas nos contratos celebrados entre abril e junho de 2021, fixando-se nos 2 euros/m2. A segunda de 2,22 euros/m2 foi registada em Sátão. Este concelho pertence a Viseu, um distrito onde se concentram, na verdade, seis dos dez municípios onde foi mais barato arrendar casa neste período.
Na região Norte situam-se apenas três: Macedo de Cavaleiros, em Trás-os-Montes, onde foi registada a terceira renda mediana mais baixa de todas – de 2,24 euros/m2; Valpaços, em Vila Real, onde a renda se situou nos 2,24 euros/m2; e Celorico de Basto, em Braga, onde uma casa foi arrendada por 2,34 euros/m2.
E mais caro?
Só a Área metropolitana de Lisboa agrega sete dos 10 concelhos onde é mais caro arrendar uma casa. A medalha de primeiro lugar é do concelho de Lisboa com as rendas a ascender aos 11,12 euros/m2. Logo a seguir está Cascais (10,56 euros/m2), Oeiras (9,86 euros/m2) e Amadora (8,76 euros/ m2).
Só em quinto lugar surge um concelho fora da AM Lisboa: o Porto, com 8,61 euros/m2. Além deste, há apenas mais dois no top10 onde as casas são mais caras para arrendar: Matosinhos (7,57 euros/m2) e Faro (7,54 euros/m2).
Onde é que os preços mais subiram? E desceram?
Olhando para as variações dos preços das rendas das casas nos municípios com mais de 100 mil habitantes – que são um total de 25 –, salta à vista que 17 registaram um crescimento. A liderar a tabela está Setúbal, onde as rendas aumentaram 16,7% face ao período homólogo, fixando-se nos 6,99%. A segunda maior subida nos valores das rendas aconteceu em Guimarães com 16,1%, tendo os preços medianos aumentado para 4,12 euros/m2. Almada está em terceiro com evolução de 11,3%, mostram os dados do INE.
Do outro lado da tabela estão sete municípios onde as rendas desceram no segundo trimestre de 2021 face ao mesmo período do ano passado. A maior queda verificou-se em Leiria ( -5,6%), onde as rendas medianas das casas se fixaram nos 4,7 euros/m2, segundo mostram os dados. Em segundo lugar está Vila Nova de Famalicão (Braga), onde se verificou uma descida de 3,8%. Nesta cidade, o preço por metro quadrado situou-se nos 3,85 euros/m2. A completar o top3 está Lisboa, onde as rendas caíram 3,2%, mas este continua a ser o concelho que apresenta as rendas mais altas do país.
A Amadora foi o único dos 25 concelhos com mais de 100 mil habitantes onde as rendas medianas não subiram nem desceram, ficando nos 8,85 euros/m2.
Qual a evolução do número de novos contratos de arrendamento?
O número de novos contratos de arrendamento subiu quase 50% a nível nacional. Mas onde é que houve maior evolução nos 25 concelhos com 100 mil habitantes? Houve 12 em que os números de contratos subiram mais do que a média nacional. E é mesmo o Porto que está no topo da tabela, já que neste período o número de contratos selados mais que duplicou (+115,9%), totalizando 1.019. E Lisboa está em segundo lugar registando uma evolução de 87,7% no número de documentos, que perfizeram 2.157.
Foi em Santa Maria da Feria, Aveiro, onde foi registada a menor evolução. Neste concelho, o número de novos contratos de arrendamento subiu 19,3% para os 192. Leiria registou o segundo menor aumento (26,7%) selando 346 contratos.
1 Comentários:
Esta reportagem é execrável. Como pode alguém falar em braga como um mercado barato apenas pelo arrendamento de uma casa. As rendas em braga estão obscenas, t2 a 600 euros e t3 a 800 euros, quando grande parte da população não recebe mais do que 600 euros. Só alguém sem noção.
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