
O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) quer ter mais de 5.000 fogos de renda acessível em construção até ao início de 2024, num investimento superior a 650 milhões de euros, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Maioria das casas vai localizar-se nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.
“As primeiras obras de vulto serão postas a concurso durante o primeiro semestre do próximo ano, num valor de cerca de 30 milhões para mais de 200 fogos”, disse ao jornal Expresso Luís Maria Gonçalves, vogal da administração do IHRU.
Ao que tudo indica, serão privilegiadas tipologias T2 e T3, ainda que o objetivo seja “sempre que possível ter um naipe suficientemente alargado de outras tipologias para poder responder às situações”, como T1 ou T4, segundo o responsável. Além disso, as rendas praticadas deverão ficar 45% abaixo dos valores de mercado praticados na zona, ou seja, abaixo do valor da mediana dos novos contratos de arrendamento publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo a publicação, os municípios de Almada, Lisboa, Setúbal, Oeiras e Amadora absorvem a maioria dos fogos incluídos nesta operação. “Há três concursos de conceção concluídos cuja elaboração do caderno de encargos já está a decorrer. E há outros cinco em análise. Até agosto de 2022, deverão ser lançados mais 30 só de projeto”, refere ainda Luís Maria Gonçalves. Depois, ainda terão de ser lançados outros concursos de execução.
De acordo com o responsável, o número de empreitadas a lançar será superior, uma vez que muitos projetos de grande dimensão terão de ser loteados por vários construtores.
Capacidade de resposta dos construtores pode ser um problema
Perante o grande volume de trabalho que se avizinha, uma das incógnitas que se coloca diz respeito à capacidade de resposta dos construtores, mas também “apreensão” face ao aumento dos preços dos materiais e mão de obra. O responsável admite, também, que os prazos são “apertados”.
“Sabemos que no resto da Europa há 26 PRR, e há muitos que incluem habitação, o que reduz a possibilidade de ir buscar empreiteiros projetistas ao estrangeiro. O risco que existe é o atraso e a consequente perda de fundos”, conclui Luís Maria Gonçalves.
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