
Comprar ou arrendar casa? A resposta a esta questão depende de muitas variáveis, mas o atual contexto do mercado imobiliário, marcado por uma subida da inflação e pelo “expectável aumento das taxas de juro e diminuição dos prazos do crédito habitação”, deixa antever que haverá “um forte aumento da procura por soluções de arrendamento no segundo semestre de 2022”. O alerta é dado por Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal, que considera “urgente e prioritário” combater a “informalidade que caracteriza o atual mercado de arrendamento, para que este segmento de mercado funcione” de forma eficaz.
Para Ricardo Sousa não há dúvidas de que o mercado de arrendamento “é mais flexível e bastante responsivo às flutuações da oferta e da procura”. “É uma solução habitacional, sobretudo, para quem apresenta menor capacidade económica e opta pelo arrendamento como a alternativa possível, ou para famílias e jovens que procuram uma opção flexível e temporária de habitação”, refere, em comunicado.
A Century 21 adianta que, “seguindo a tendência crescente que se tem vindo a registar nos últimos trimestres”, o número de operações de arrendamento aumentou 47% num ano, entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período do ano passado.
“Nestes três primeiros meses de 2022, foram realizadas 1.060 operações de arrendamento, o que reflete um aumento de 47% face às 721 registadas no mesmo período do ano anterior. A nível nacional, o valor médio de arrendamento de apartamentos fixou-se nos 936 euros, o que revela um aumento de cerca de 9,4 % face à média de 855 euros registada no mesmo período do ano passado”, lê-se na nota enviada às redações.

Vendem-se mais casas que há um ano
No que diz respeito à compra e venda de casas, a mediadora indica que realizou 4.727 transações de venda entre janeiro e março, o que traduz um expressivo aumento de 54% em relação às 3.065 efetuadas no primeiro trimestre de 2021. “O valor médio dos imóveis transacionados na rede imobiliária registou um aumento de 14,3% e fixou-se nos 179.064 euros, a nível nacional”, nota a Century 21.
Ricardo Sousa frisa que “a evolução dos preços neste trimestre é uma consequência da conjugação de três fatores, que amplificam o efeito do gap entre a atual escassez da oferta e uma procura muito ativa”.
- “Em primeiro lugar, a deslocalização e concentração da procura em novas áreas urbanas, o que potencia uma subida dos preços nos mercados periféricos das principais cidades, como se verifica, por exemplo, na Área Metropolitana de Lisboa, com a capital a registar uma estabilização dos preços médios e uma subida significativa em muitos concelhos, nomeadamente da margem sul;
- “Por outro lado, o acesso ao crédito habitação - apesar de critérios mais apertados para a concessão de crédito - existe bastante liquidez no mercado, o que permite que muitas famílias possam aceder a financiamento;
- Por fim, os restritos confinamentos causados pelos surtos de Covid-19 na China e a guerra da Ucrânia estão a acentuar as disrupções nas cadeias globais de distribuição e a criar muita pressão na inflação, a nível nacional e internacional. E estão, também, a criar grandes desafios aos setores da construção e promoção imobiliária, limitando a capacidade de entrega de construção nova e limitando, consequentemente, a rotação de imóveis usados no mercado.”
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