
Conseguir criar empatia, valorizar as pessoas, apostar na marca pessoal, saber tirar o máximo proveito possível da tecnologia, nomeadamente da Inteligência Artificial (IA), ser profissional e nunca descurar a ética. Estas foram algumas das ideias deixadas pelos profissionais que participaram na conferência “Mediação Imobiliária à Prova de Futuro!", que se realizou dia 15 de dezembro de 2023 no Art's Business e Hotel Centre, em Lisboa (no Parque das Nações). Um evento organizado pela mediadora imobiliária Principal Star, e em que o idealista foi media partner.
Para Luis Filipe Janeira, CEO da Principal Star, que celebra 20 anos de atividade em Portugal e que em 2024 se passará a chamar Capital Star, a atividade da mediação imobiliária tem de se adaptar de forma a dar resposta à “exigência e aos desafios que aí vêm”, com a tecnologia a ganhar cada vez mais força. “A IA vai ter mesmo uma relevância significativa no futuro”, referiu ao idealista/news, à margem do evento.
Há, no entanto, um segundo ponto a destacar da conferência, mais direcionado para a importância das pessoas e das relações interpessoais. “Num mundo altamente tecnológico, o ser humano e a sua base humanista possivelmente vão fazer muita diferença. As pessoas vão querer carinho, apoio, solidariedade, compreensão, o humanismo puro e duro. Coisas que uma máquina nunca poderá fazer. A parte emocional e humana terá sempre grande relevância”, adiantou o responsável, que foi Board Director da National Association of Realtors (NAR) em 2021 para representação da Europa Ocidental.
Ética acima de tudo. E dar garantias aos clientes é crucial
Luis Filipe Janeira pautou o discurso, quer na intervenção na conferência quer nas declarações ao idealista/news, na importância de os profissionais do setor não descurarem, nunca, a ética profissional, de forma a defenderem sempre em primeiro lugar os interesses dos clientes, que muitas vezes são os próprios proprietários dos imóveis.
“[É preciso haver] uma base sólida de confiança. Além da parte emocional tem de haver confiança em padrões éticos, de qualidade. Os compradores, investidores, proprietários singulares, construtores etc. têm de ter garantias. Se a mediação imobiliária não evolui para um formato onde essas garantias estão inerentes em todo o processo poderá ter problemas”, argumenta o especialista.
"O imóvel é do proprietário, ele é que tem de decidir acerca do seu próprio bem. (...) O maior pacote de valor que a mediação imobiliária passa a um cliente é que defende o valor do imóvel, que o proprietário o vai vender pelo valor mais alto possível e que não pode haver qualquer dúvida em termos éticos e de procedimentos jurídicos e processuais"
Luis Filipe Janeira, CEO da Principal Star
“O imóvel é do proprietário, ele é que tem de decidir acerca do seu próprio bem. Nunca poderá sentir que perdeu ao contratar um serviço. Um serviço tem de ser contratado para incrementar valor. E o maior pacote de valor que a mediação imobiliária passa a um cliente é que defende o valor do imóvel, que o proprietário o vai vender pelo valor mais alto possível e que não pode haver qualquer dúvida em termos éticos e de procedimentos jurídicos e processuais”, defende ainda.

Negócios têm de ser “transparentes”
Segundo Luis Filipe Janeira, para se ser sério não é preciso infringir a lei, sendo crucial, na mediação imobiliária como noutras atividades, fazer “negócios transparentes”. “Quando o cliente é quem servimos, tem de ser colocado no patamar que merece”, frisou, sublinhando que “um cliente não tem de confiar [num consultor ou numa mediadora imobiliária] por bom senso, mas sim por garantias”.
“As coisas têm de ser formalizadas e se não acontecerem de determinada forma alguém tem de ser responsabilizado. As pessoas têm de analisar coisas concretas, tem de haver garantias, obrigações fiduciárias. Esta atividade tem de ser respeitável, ganha-se muito dinheiro e as pessoas têm de estar ao nível dos vencimentos que têm”, vincou.
A importância da empatia e da marca pessoal
Durante a conferência foram abordados, entre outros temas, a importância da empatia no negócio da mediação imobiliária, bem como a necessidade de valorizar as pessoas.
“A empatia é das poucas coisas que a IA não conseguirá superar”, disse Luís Sobral, Digital Marketer da Sobral Digital Agency, sublinhando, no entanto, que é importante “usar a tecnologia hoje sem medo do futuro”.
O responsável alertou, ainda, para a importância de construir “uma forte marca pessoal”, visto que os “consultores têm de se saber promover”.
"A empatia é das poucas coisas que a IA não conseguirá superar”
Luís Sobral, Digital Marketer da Sobral Digital Agency
Já Marina Ferreira, consultora de negócios e formadora com mais de 20 anos de experiência no mercado imobiliário, considerou ser fundamental ter a tecnologia com aliada – “Usamos muito pouco a tecnologia de que dispomos“ –, mas também olhar para a vertente humana.
“A gestão de pessoas nas empresas tem muito para crescer. O negócio tem de ser focado na forma como olhamos para as pessoas, isto para que o resultado seja consistente. O que faz a diferença? Quem tem muito claro o seu ADN, a sua estratégia e quem tem o foco nas pessoas, as internas e externas [clientes, no caso da mediação imobiliária]”, concluiu.
idealista une-se à IA
João Braz, Head of idealista/data Portugal, foi outro dos participantes na conferência “Mediação Imobiliária à Prova de Futuro!". Durante a sua intervenção abordou também, entre outros temas, a importância de combinar a tecnologia com as relações humanas, tendo em vista um futuro cada vez mais profissional no setor da mediação imobiliária.
“A tecnologia não é uma necessidade, é uma obrigação, sendo crucial fazer uma adaptação às mudanças [que se verificam no setor] de forma rápida”, comentou o responsável.
João Braz falou sobre algumas das vantagens de usar as ferramentas e os dados (data) que estão à disposição dos utilizadores do idealista e enalteceu o facto de ser cada vez mais importante ter informação atualizada e indicadores em tempo real relacionados com o mercado imobiliário. Abordou também a importância dos serviços multimédia existentes, como por exemplo o Vídeo Visita e o Virtual Home Staging (VHS), de forma a conseguir “vender um imóvel mais rapidamente”.
No caso concreto da IA, o especialista destacou o facto do idealista já ter lançado um serviço em Portugal para melhorar descrição de imóveis que estejam anunciados para venda ou arrendamento. Trata-se de um serviço opcional que permite ao anunciante editar o texto que escreve com uma edição cuidadosa antes da publicação. Fica a sabe tudo sobre esta ferramenta neste link.
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