Comentários: 0
Algarve é uma das zonas mais procuradas pelos britânicos.
wikimedia_commons

Com a vitória do Brexit, mais britânicos a querer saber como funciona o programa português de Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI), mais conhecido por vistos gold. Serão precisos, no entanto, alguns meses, para perceber se este interesse se materializa em investimentos. Para Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), o setor pode beneficiar de alguma deslocalização de investimentos imobiliários para Portugal.

Segundo o Público, além das vantagens associadas aos vistos gold, que permitem a cidadãos fora da União Europeia circularem no espaço Schengen sem necessidade de outra autorização, os receios de desvalorização dos ativos imobiliários britânicos, que já levou seis grandes sociedades gestoras a suspender a negociação dos seus fundos, pode redirecionar algum investimento internacional para Portugal.

Os ingleses sempre foram dos estrangeiros que compraram mais casas no país, adquirindo sobretudo imóveis para segunda residência e para investimentos/arrendamento. Foram, no entanto, ultrapassados no primeiro trimestre do ano pelos franceses, que apostaram no mercado imobiliário português  incentivados pelas vantagens fiscais em ter residência fora de França.

Luís Lima considera que é preciso esperar pelas decisões que vierem a ser tomadas na sequência do resultado do Brexit, mas reconhece que é admissível um crescimento da procura associada aos vistos gold, sobretudo pelos efeitos negativos do referendo no setor imobiliário britânico. De acordo com o responsável, esta segunda razão pode levar alguns investidores tradicionais do Reino Unido, como indianos e chineses, a direcionar parte desse capitais para outros países europeus, como Portugal.

Esse investimento internacional será direcionado mais para o segmento de rendimento, ou seja, compra de imóveis para arrendar, especialmente para atividades comerciais e serviços. Este é um segmento que está no epicentro das preocupações dos investidores no Reino Unido.

Atualmente já são seis as sociedades gestoras a suspender os reembolsos dos seus fundos, o que significa que os investidores ficam com as aplicações temporariamente congeladas. Em causa estão grandes gestoras como a Canada Life, a Columbia Threadneedle, a Henderson, a Standard Life, Aviva Investors Property Trust e o M&G Investments, escreve a publicação.

Ver comentários (0) / Comentar

Para poder comentar deves entrar na tua conta