diário de um casal em busca de um crédito à habitação: banco santander totta

hoje publicamos a penúltima reportagem sobre a aventura de um jovem casal em busca de um empréstimo para comprar casa. nos últimos dias o idealista news visitou alguns bancos portugueses (os cinco maiores do país) para perceber quais as condições que oferecem quando se pede um crédito à habitação. hoje batemos à porta de uma agência do santander totta

tal como nas anteriores visitas (bpi, banco millennium e cgd), o cenário é sempre o mesmo: um casal de 30 e 31 anos, respectivamente, pretende comprar uma casa em lisboa que custa 160.000 euros, sendo que devem precisar de um empréstimo do banco de 150.000 euros. os dois jovens estão efectivos nas respectivas empresas e os seus salários rondam os 2.000 euros líquidos mensais (32.200 euros brutos anuais)

a visita ao santander totta:

pela primeira vez é necessário aguardar um pouco para que possa ser atendido. dirijo-me ao balcão principal e digo que quero obter uma simulação de um crédito à habitação. a senhora pede-me para esperar um pouco, visto que a pessoa responsável está com outro cliente. sento-me e dez minutos depois chega a minha vez. são 8h45 da manhã

"bom dia, gostaria de pedir uma simulação para um crédito à habitação por favor, mas não sou vosso cliente", digo. "com certeza", ouço como resposta. a ronda de perguntas surge logo a seguir: "está empregado?"; "posso saber onde trabalha?"; "vai comprar a casa sozinho?"; "a sua namorada também trabalha?"; "onde?"

talvez pelo meu ar surpreso, o responsável justifica o porquê de tantas questões. "temos algumas parcerias com empresas, e se for esse o vosso caso podem ter certas regalias, como por exemplo a redução do 'spread’". e, por sorte, tal acaba por suceder, pelo que teríamos, se optássemos por esta entidade bancária, uma redução de 0,5% no "spread", bem como outras facilidades com as despesas de processo

de seguida, sou avisado que o banco santander totta só está a emprestar 80% do valor da avaliação do imóvel. depois de fazer contas na calculadora, o responsável dá o seu parecer: "só lhe podemos emprestar os 150.000 euros que pretende se a avaliação for de 188.000 euros". respondo de forma afirmativa, frisando que acredito que tal possa acontecer, porque o imóvel que queremos comprar tem uma óptima localização e boas acessibilidades. "mas olhe que às vezes os agentes imobiliários empolam essa questão das avaliações, porque querem vender a casa", lembra

o próximo passo é olhar para a simulação – entretanto impressa – para perceber, afinal, qual seria a minha prestação. antes, questiono o responsável sobre a taxa euribor que ele escolheu para o meu crédito. "foi a variável a seis meses. neste momento é a que mais usamos para efeitos de crédito à habitação, porque se subir demora mais tempo, ao contrário do que acontece com a taxa euribor a três meses". insisto e pergunto se não seria melhor, de facto, optar pela indexante mais curta. "a tendência é para que possa subir, por isso, é que optei pela de seis meses", responde

feitas as contas, por um crédito de 150.000 euros a 44 anos - o banco só aprova empréstimos até aos 75 anos do cliente - iria ter uma prestação mensal de 633,99 euros mais juros, sendo que o "spread" contratado seria de 2,60%, já com a redução de 0,5% devido à parceria entre o banco e a empresa para a qual trabalha a minha namorada

veja, em baixo, "os números" relativos à simulação feita pelo santander totta:

empréstimo de 150.000 euros, com euribor a seis meses e prestações variáveis, de 528 meses (44 anos), o máximo permitido face à minha idade (só pode ir até aos 75 anos), com um valor estimado da avaliação de 188.000 euros: