Opway

Embora tenha apresentado um plano de recuperação no início de 2020, a construtora Opway não teve hipótese de se reerguer durante a pandemia. E, agora, o tribunal decidiu por termo à administração da insolvência e avançar com a “liquidação e partilha da massa insolvente”. Em causa estão dívidas de 632 milhões de euros a 1.830 credores, sendo o maior de todos a Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa proferiu, dia 7 de agosto de 2019, a sentença de declaração de insolvência da Opway Engenharia, tendo agendado para dia 4 de outubro a realização da assembleia de credores. Construtora apresentou recurso.

A construção da sede da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa, está a ser investigada pelo Ministério Público (MP). O novo edifício ainda não foi formalmente recebido pelo Estado por terem sido detetadas graves irregularidades na execução da obra. Se as suspeitas forem confirmadas, o Estado poderá ter sido lesado em vários milhões de euros.

A administração da construtora Opway discorda dos montantes de dívida identificados pelo Tribunal da Comarca de Lisboa no âmbito do processo especial de revitalização (PER) da Opway Engenharia.

A antiga administração da Opway, liderada por Almerindo Marques, vai adquirir a construtora ao Grupo Espírito Santo (GES), por 1,3 milhões de euros. Inicialmente, a empresa portuguesa era para ter ficado nas mãos dos moçambicanos da Nadhari, que ofereceram, em leilão, cinco milhões de euros. Mas não entregaram, depois, as garantias financeiras a que estavam obrigados, pelo que já era expectável que a Opway fosse alienada aos antigos gestores.

A Nadhari, que fez uma oferta de 5 milhões de euros pela Opway, afinal não vai ser a nova dona da construtora portuguesa. Os moçambicanos não entregaram as garantias a que estavam obrigados até segunda-feira passada e agora a empresa deverá ser alienada aos antigos gestores liderados por Almerindo Marques.

A Prebuild, que ficou em terceiro lugar no leilão de venda da construtora Opway, considera que foi injustamente preterida, mas só vai decidir se envia uma queixa ao Tribunal do Luxemburgo depois de dia 09 de fevereiro, dia em que se confirma o vencedor do concurso.

A construtora Opway, detida pela Espírito Santo Industrial (ESI), foi ontem vendida em leilão aos moçambicanos da Nadhari. A construtora moçambicana ofereceu cinco milhões de euros e tem agora uma semana (até dia 9) para fazer prova de capacidade financeira. Se tal não acontecer, vence a segunda proposta mais elevada, o “Management Buy Out (MBO)” liderado por Almerindo Marques. O antigo presidente da empresa ofereceu 1,250 milhões de euros.

O Grupo Espírito Santo (GES), principal acionista da Opway, contactou 13 potenciais interessados na empresa. Mas no final restam apenas quatro candidatos na corrida à construtora: Soares da Costa, Zagope, Somague, Prébuild, Vallis, Nadhari.

A Prebuild, que foi convidada a comprar a Opway, está neste momento a estudar a compra de duas construtoras portuguesas e a olhar para o Brasil. A crise no Grupo Espírito Santo (GES) obrigou o grupo a sair do Qatar, Dubai e Arábia Saudita e colocou a sustentabilidade do grupo em risco.

Dragados pode substituir Opway no concurso do Marão: A Estradas de Portugal terá de adjudicar o acesso poente do túnel ao grupo espanhol se a construtora do grupo Espírito Santo não apresentar garantia de banco idóneo. Preço da Dragados é superior em 1,5 milhões.

A construtora Opway está disponível para estabelecer parcerias com outras empresas nacionais e para participar em movimentos de concentração no setor da construção. “A Opway estará sempre disponível para refletir sobre essa possibilidade, porque encara a dimensão como um fator importante para suportar o reforço dos processos de internacionalização desta atividade”, disse Almerindo Marques, presidente do conselho de administração da empresa.

os principais bancos portugueses estão a incentivar as construtoras a negociarem fusões entre si. o objectivo é lidar com o problema do crédito malparado no sector.

o presidente da associação de empresas de construção obras públicas e serviços (aecops), ricardo pedrosa gomes, acredita que o cenário de consolidação está de regresso ao sector da construção, sendo que os bancos vão ser o motor das fusões e aquisições na actividade, que está em crise há dez anosseg

a construtora opway, detida maioritariamente pelo grupo espírito santo, avançou com um processo de despedimento que envolve 65 colaboradores – actualmente emprega 600 pessoas.