
A hotelaria foi um dos setores mais afetados pela pandemia da Covid-19 aos longo dos últimos dois anos. Os sucessivos confinamentos afastaram portugueses e estrangeiros do turismo e deixaram alojamentos e hotéis quase vazios. Mas este cenário não afastou todos os investidores do setor. Houve quem, aliás, reforçasse o seu investimento em hotelaria em território nacional. É o que diz Miguel Gomes, Construction & Development General Manager do Grupo Mercan, ao idealista/news: “Numa altura difícil para todos os setores, não só mantivemos, como reforçámos os nossos investimentos em Portugal, numa perspetiva de aposta continuada no país”. E em 2022 e 2023, o grupo canadiano pretende ainda duplicar o valor investido até à data, isto é, quer investir um valor compreendido entre os 800 e 1.200 milhões de euros na hotelaria do país.
Foi em 2015 que o Grupo Mercan aterrou em Portugal. A segurança, estabilidade e hospitalidade que o país oferece para o turismo, aliado às oportunidades na reabilitação urbana atraíram o grupo canadiano para o país, que desde o início focou a sua atividade no ramo da hotelaria e hospitalidade. E logo surgiu uma parceira com a Referência Arrojada Group, hoje Mercan Properties. “Começámos com 3 projetos e neste momento já temos 14”, adianta o responsável em entrevista por escrito.

O primeiro hotel do grupo a abrir portas no país foi mesmo em plena pandemia, em julho de 2021. Trata-se da Casa da Companhia, um boutique hotel de cinco estrelas situado na Rua das Flores da cidade do Porto, que resultou de um trabalho de reabilitação de um edifício do século XVIII no qual desembolsou 11,2 milhões de euros. E não foi a única. Também em 2021, assinalou-se mais uma abertura: a Casa das Lérias em Amarante, resultado do investimento de 7 milhões de euros. E em maio de 2021, foi lançada ainda a primeira pedra do novo hotel Hilton Garden Inn Évora, que deverá ficar concluído em 2022, fruto de um investimento de 21 milhões de euros.
Apesar de o país viver num contexto pandémico que dificulta a vida a quem investe e trabalha em hotelaria, Miguel Gomes assume que 2021 foi um ano “bastante positivo para a Mercan Properties, não só em aberturas como em novos investimentos”. E considerando a atividade desde 2015, “estamos a falar, até 2021, de um investimento global entre 400 e 600 milhões de euros de mais de 1.050 investidores, que estão a criar 900 postos de trabalho no desenvolvimento e construção de catorze projetos durante 24 meses, e mais de 900 postos de trabalho na gestão de operações hoteleiras, que vão estender-se por período naturalmente mais longo”, referiu ainda.

Quais são os projetos hoteleiros em mãos? E quais os planos para o futuro?
Contam-se 14 projetos hoteleiros em Portugal que nasceram – ou vão nascer – pela mão do grupo canadiense. E as cidades escolhidas para o fazer situam-se de norte a sul do país: Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Lisboa, Amarante, Algarve e Évora.
Dos 14 projetos, três estão concluídos, sendo que dois já estão em funcionamento – a Casa da Companhia e a Casa das Lérias – e outros dois que deverão iniciar a sua atividade hoteleira durante o primeiro semestre deste ano. Trata-se do Fontinha Hotel, também no centro do Porto, e o Four Points by Sheraton, em Matosinhos, perto do Parque da Cidade do Porto. Há ainda cinco projetos em fase de construção e quatro em fase de licenciamento. “Já estamos também a investir no Algarve, com um projeto em Lagos, junto à praia de Porto de Mós”, avançou ainda o responsável.

É com o foco em hotelaria e hospitalidade – quer para turismo lúdico quer para viagens de negócios - que o grupo deverá continuar a sua atividade no país assente na reabilitação de edifícios históricos e em construção nova. “Estamos atentos às oportunidades e, entre 2022 e 2023, pretendemos duplicar o valor investido até agora [entre 400 e 600 milhões], referiu o Construction & Development General Manager do Grupo Mercan na mesma entrevista. Só este ano, “contamos que o volume de investimentos represente 1,5 vezes do valor efetuado até agora”, disse ainda. Isto quer dizer que o grupo poderá aplicar no país até 2023 entre 800 e 1.200 milhões de euros. E, deste valor, entre 600 e 900 milhões devem ser investidos já em 2022.
“Queremos continuar a desenvolver um impacto positivo na economia portuguesa”, justifica. Se por um lado pretendem “proporcionar aos investidores estrangeiros oportunidades de investimento direto em ativos dos quais se tornem coproprietários e recebem rentabilidade”, por outro pretendem “utilizar esse investimento para projetos turísticos de qualidade, que fortaleçam o potencial económico das zonas onde se encontram e ofereçam aos turistas uma experiência ao nível da marca Portugal”, conclui Miguel Gomes.

Para poder comentar deves entrar na tua conta