Perspetivas sobre o mercado da habitação e o nível dos juros geraram a subida da procura por empréstimos habitação, diz BdP.
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Maior procura de crédito habitação
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O contexto do crédito habitação está a mudar. Há novos prazos consoante a idade desde 1 de abril e as taxas de juro estão a subir à boleia da Euribor. E estes fatores têm influenciado a procura por empréstimos habitação no segundo trimestre de 2022. O Banco de Portugal (BdP) conclui que estes fatores contribuíram para desencadear um “ligeiro aumento” da procura por crédito habitação no país.

No que diz respeito à procura de empréstimos por parte de particulares, o regulador português liderado por Mário Centeno refere que houve um “ligeiro aumento da procura de crédito à habitação e ao consumo e outros fins” entre abril e junho de 2022, lê-se no Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do BdP divulgado esta terça-feira, dia 19 de julho.

E indica também que houve vários fatores que “contribuíram ligeiramente para aumentar a procura de crédito habitação” em Portugal por parte das famílias, explica o regulador no documento:

  • as “perspetivas para o mercado da habitação”, até porque os preços das casas não pararam de subir durante a pandemia e nos primeiros três meses do ano, as casas ficaram 17,2% mais caras do que no mesmo período do ano passado. Comprar casa custou 1.454 euros/m2, em termos medianos, no início de 2022, apontou o Instituto Nacional de Estatística na semana passada;
  • o “nível geral das taxas de juro”: os juros dos créditos habitação estão a aumentar à medida que as taxas Euribor disparam para todos os prazos. A média mensal da Euribor a 12 meses está próxima de 1% e a Euribor a 6 meses está positiva. E poderão acelerar esta tendência ainda mais depois do Banco Central Europeu subir pela primeira vez em 11 anos a taxa de juro diretora, uma medida que irá ser tomada já esta quinta-feira, dia 21 de julho, na reunião do Conselho do BCE para travar a inflação que se faz sentir na Zona Euro (atingiu os 8,6% em junho);

Por outro lado, “a despesa de consumo financiada através de empréstimos garantidos por ativos imobiliários contribuiu ligeiramente para aumentar a procura de crédito ao consumo e outros fins”, refere ainda o regulador português.

Já no lado da oferta de crédito habitação por parte dos bancos, não foram detetadas quaisquer alterações, aponta ainda o BdP no documento.

Mas como contexto do crédito habitação a mudar por via da subida das taxas de juro, supervisor aponta para uma “ligeira diminuição da procura de empréstimos por particulares, sobretudo para habitação” para o terceiro trimestre de 2022.

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