Juros subiram 3,2 pontos base face a maio, aponta o INE. Já a prestação da casa aumentou 1 euro em junho para 261 euros.
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Juros nos empréstimos da casa a subir
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O universo do crédito habitação está, hoje, mais instável. As taxas Euribor estão a subir para todos os prazos e estão a atingir máximos dia após dia. E esta tendência poderá acelerar ainda mais depois do Banco Central Europeu (BCE) subir a taxa de juro diretora, o que irá acontecer esta quinta-feira, dia 21 de julho. Em resultado, as taxas de juros implícitas no conjunto de contratos de crédito habitação voltaram a subir em junho, fixando-se nos 0,858%, ou seja, mais 3,2 pontos base (p.b.) que em maio. A prestação da casa também aumentou em junho (+1 euro) para 261 euros.

A taxa de juro implícita no conjunto de créditos habitação em Portugal está a subir há três meses consecutivos:

  • em abril, atingiu os 0,805%;
  • em maio, os 0,826%;
  • em junho, os 0,858%.

“Para o destino de financiamento aquisição de habitação, o mais relevante no conjunto do crédito habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 0,874%, ou seja, +3,3 p.b. face a maio”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE) no boletim publicado esta quarta-feira, dia 20 de julho.

Também nos contratos de crédito habitação mais recentes - celebrados nos últimos 3 meses- , a taxa de juro subiu 19,7 p.b. face ao mês anterior, fixando-se em 1,163%, refere o instituto.

Porque sobem as taxas de juro nos créditos habitação?

Este movimento ascendente começou a sentir-se logo depois de eclodir a guerra da Ucrânia, que veio mexer com as economias dos países. O travão à exportação de petróleo da Rússia e à produção de cereais na Ucrânia foram dois fatores que influenciaram – e muito – o aumento da inflação na Zona Euro (+8,6% em junho) e em vários países do mundo. E, na tentativa de baixar a inflação, os bancos centrais começaram a subir as taxas de juro diretoras, uma medida que o próprio BCE irá tomar esta quinta-feira. O aumento esperado é de 25 pontos base, mas poderá ser superior uma vez que a inflação na Zona Euro está muito alta.

A decisão já anunciada há vários meses pelo supervisor europeu agitou logo os mercados monetários e financeiros, refletindo-se na subida das taxas Euribor para todos os prazos. A média mensal da Euribor a 12 meses já está próxima de 1%. E a Euribor a 6 meses acima de 0%.

Esta alteração subida das taxas Euribor - que estiveram negativas mais de 5 anos - influencia a maioria dos créditos habitação em Portugal, já que são de taxa variável. Ou seja, assim que as prestações da casa forem atualizadas (a 3, 6 ou 12 meses), serão aplicadas novas taxas de juro, mais altas. Além disso, os empréstimos habitação mais recentes foram contratados com juros mais elevados.

Juros no crédito habitação
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Prestação da casa está 1 euro mais alta em junho

A subida dos juros reflete-se diretamente nas prestações da casa. E considerando a totalidade dos contratos de crédito habitação, o valor médio da prestação subiu 1 euro em junho, para 261 euros, refere o gabinete de estatística português. Deste valor, 43 euros (16%) correspondem a pagamento de juros e 218 euros (84%) a capital amortizado.

Já nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a prestação da casa subiu muito mais: o valor médio da prestação aumentou 18 euros, para 409 euros, aponta o INE.

O capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 447 euros em junho face ao mês anterior, fixando-se em 60.061 euros. Para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio do capital em dívida foi 127.051 euros, mais 431 euros que em maio.

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