
O clima macroeconómico é hoje marcado pela alta inflação e pela subida de juros no crédito habitação. Mas nem mesmo isso impediu, de uma forma geral, a compra de casa pelas famílias com recurso a financiamento bancário. O volume total do segmento de empréstimo habitação continua a crescer, registando uma subida de 4,6% em agosto de 2022 face ao mesmo mês do ano passado. Mas o Banco de Portugal (BdP) dá conta de que esta foi a “primeira vez desde outubro de 2020 que estes empréstimos registaram um abrandamento”.
No final de agosto de 2022, "o montante total de empréstimos para habitação era de 99,7 mil milhões de euros, mais 0,2 mil milhões de euros do que no final de julho”, refere o regulador português liderado por Mário Centeno na nota publicada esta terça-feira, dia 27 de setembro. Isto quer dizer que o valor total de créditos habitação em Portugal subiu 0,2% em agosto face ao mês anterior.
O crescimento anual do montante total de empréstimos habitação fixou-se nos 4,8% entre março e julho de 2022. E em agosto cresceu 4,6%, ou seja, menos 0,2 pontos percentuais do que nos meses anteriores. Segundo avisa o BdP, esta foi a primeira vez desde outubro de 2020 que a evolução destes empréstimos registou um abrandamento.
Depósitos e empréstimos ao consumo a subir face a 2021
O atual contexto é marcado pela inflação em Portugal - fixou-se em 8,9% em agosto – que tem esmagado os orçamentos familiares, com o agravamento do custo de vida. Além disso com a subida das taxas Euribor para todos os prazos, as famílias também se veem desafiadas a pagar prestações da casa mais elevadas, o que encolhe ainda mais a sua folga financeira.
Para fazer face a subida das despesas, as famílias ora recorrem às poupanças para conseguir engordar a sua folga financeira, ora recorrem a créditos ao consumo em caso de aperto.
Os depósitos dos particulares nos bancos totalizavam 181,4 mil milhões de euros no final de agosto de 2022, menos 1,3 mil milhões de euros relativamente a julho. Mas, segundo o supervisor português, “a redução ocorreu principalmente nos depósitos à ordem e está em linha com a evolução habitual no mês agosto”, até porque é tradicionalmente um mês de férias com gastos extra. Já tendo em conta o mesmo mês de 2021, as poupanças das famílias cresceram 6,8%.
Por outro lado, os empréstimos ao consumo totalizaram 20,5 mil milhões de euros em agosto, mais 0,2 mil milhões de euros do que em julho, o que reflete um crescimento de 5,9% relativamente a agosto de 2021 (5,5% no mês anterior), mostra a mesma publicação.
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